O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Mike Moore, defendeu hoje (5) uma participação mais direta do empresariado brasileiro em relação às reivindicações do setor ao governo federal no que diz respeito às questões do comércio exterior. "O empresariado tem de ir a campo e expressar seus argumentos", afirmou.Em sua opinião, os empresários ficam um pouco "sem jeito" em relação às suas solicitações. "O empresariado tem que de ser mais incisivo no governo; tem de se fazer ouvir", sustentou Moore, durante a reunião com a Coalizão Empresarial Brasileira, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
As declarações do diretor da OMC foram uma resposta às indagações do presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef), Luiz Fernando Furlan, vice-presidente da Fiesp, que manifestou sua preocupação em relação às barreiras impostas aos produtos brasileiros no exterior. "Podemos ter esperança de conseguirmos ser competitivos?", perguntou Furlan.
Moore afirmou que acredita na possibilidade de uma nova rodada de negociações multilaterais com melhores resultados para a área agrícola. O diretor da OMC prometeu trabalhar "arduamente" para realização da nova rodada, depois do fracasso da reunião de Seattle.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) Carlos Eduardo Moreira Ferreira, também defendeu a efetivação de uma rodada abrangente e pediu a revisão do acordo agrícola no âmbito da OMC. "Temos um forte interesse em obter, em uma nova rodada, o aprofundamento da liberalização agrícola", ressaltou.
O presidente da Fiesp, Horácio Lafer Piva, disse que a inserção do Brasil no comércio mundial tem sido "dolorosa e decepcionante". Segundo ele, Os países emergentes terão de ter uma postura mais forte na globalização. "Ou seremos competitivos mundialmente ou a onda da globalização vai nos afogar", ressaltou.