O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Mike Moore, defendeu uma participação mais direta do empresariado brasileiro nas reivindicações ao governo quanto às questões do comércio exterior. "O empresariado tem que ir a campo e expressar seus argumentos", disse. "O empresariado tem que ser mais incisivo no governo; tem que se fazer ouvir", sustentou Moore durante reunião com a Coalizão Empresarial Brasileira, na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). As declarações do diretor da OMC foram uma resposta às indagações do presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef), Luiz Fernando Furlan, vice-presidente da Fiesp, que manifestou sua preocupação em relação às barreiras impostas aos produtos brasileiros no exterior. "Podemos ter esperança de conseguirmos ser competitivos?", perguntou.
Moore afirmou que acredita na possibilidade de uma nova rodada de negociações multilaterais com melhores resultados para a área agrícola. O diretor da OMC prometeu trabalhar "arduamente" para realização da nova rodada, depois do fracasso da reunião de Seattle. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Eduardo Moreira Ferreira, também defendeu a efetivação de uma rodada abrangente e pediu a revisão do acordo agrícola no âmbito da OMC.
O presidente da Fiesp, Horácio Lafer Piva, disse que a inserção do Brasil no comércio mundial tem sido "dolorosa e decepcionante". Segundo ele, os países emergentes terão de ter uma postura mais forte na globalização. "Ou seremos competitivos mundialmente ou a onda da globalização vai nos afogar", ressaltou.