O programa brasileiro de privatizações ajudou o país a arrecadar US$ 100 bilhões em dez anos, e ao contrário do que muitos pensam não perdeu o estímulo, afirmou hoje o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)."Do mesmo modo que muita gente pensa que as privatizações não tiveram nenhum efeito na economia brasileira, há quem pense que o processo já perdeu o estímulo. Não perdeu", disse o presidente do BNDES, Franciso Gros.
"E o governo já está avançando na elaboração da lista do que será privatizado", acrescentou.
Durante um encontro com jornalistas, o presidente do banco que desempenha um papel fundamental no financiamento das privatizações afirmou que "atualmente o Estado brasileiro ainda representa 30% do Produto Interno Bruto (PIB), e deseja reduzir essa participação".
Segundo Gros, o governo "decidirá caso a caso" a partir de uma lista de empresas a serem privatizadas ou cuja administração será concedida à iniciativa privada.
Destacou a presença de empresas do setor de geração de energia elétrica na lista que dará continuação ao processo de privatizações, "além de 450.000 imóveis de propriedade do Estado, incluindo ilhas em áreas de veraneio".
Ao analisar os benefícios das privatizações, Gros foi enfático ao afirmar que "os US$ 100 bilhões (produto das vendas do Estado) serviram para ajudar a combater a dívida pública. Se não, essa dívida representaria 75% do PIB, sendo que atualmente não passa de 48%. Ainda é uma porcentagem alta, mas do contrário a situação já teria explodido há algum tempo".