Últimas     Notícias     Mundo     Brasil     Economia     Esporte     Informática     Revistas

INDICADORES
» Cotação do dólar
» Indicadores CMA
» Bloomberg


JORNAL DA LILIAN
SEU BOLSO
Pergunte ao Tamer» Pergunte ao    Tamer
CASH
» Gerenciador de
finanças pessoais
COLUNISTAS
» Sônia Racy
» Joelmir Beting
» Alberto Tamer
» Gustavo Franco
» Paulo Pinheiro
AGROPECUÁRIO
» Canal Rural
» Mercado Cafeeiro
» Negócios Pecuários
MARKETING
» Venda Mais
» Pensarte
REVISTAS
» Amanhã
» Carta Capital
» Dinheiro na Web
SIMULADORES
» Desafio
JORNAIS DA REDE
» Manchetes do dia
PREVISÃO DO TEMPO

» Imagem do satélite
SERVIÇOS
» Agenda
» Empregos
» Finanças pessoais
» Loterias
» Imposto de Renda
» Top Negócios
BUSCA
» Busca em notícias
» Busca na Internet


Abastecimento de energia no RS opera sem margem de segurança

Terça, 05 de dezembro de 2000, 04h11min
O diagnóstico para o abastecimento de energia durante o verão no Rio Grande do Sul é unânime: se nenhum acidente ocorrer, o sistema terá condições de atender plenamente à projeção de crescimento de 8% no consumo.

Qualquer problema com um equipamento importante, porém, poderá determinar a volta dos cortes de fornecimento que marcaram os meses mais quentes até este ano.

Os gaúchos levaram um susto na entrada da primavera. Estava tudo planejado para a repetição do feito do ano passado, quando um conjunto de obras, que uniu empresas privadas a estatais gaúchas e federais, garantiu a normalidade do abastecimento. Mas outubro espreitava com dois acidentes em termelétricas.

"O Estado estaria com previsão muito boa se as usinas de Uruguaiana e Presidente Médici estivessem 100%. Houve problemas, encaminhamos soluções, pressionamos os agentes privados e devemos ter atendimento normal", assegura a secretária de Energia, Minas e Comunicações, Dilma Rousseff.

A secretária atribui os problemas a duas causas. A primeira é o imponderável – acidentes afetaram duas fontes importantes de geração. A segunda é a histórica deficiência de investimentos no Estado, que não permitiu até hoje a existência de margem de segurança suficiente para reduzir os efeitos de problemas inesperados. Lembra que ainda no verão de 1999 foi necessário cortar 500 megawatts (MW) em vários dias porque era impossível atender à demanda.

"O Rio Grande do Sul ficou pendurado no Brasil por duas linhas e apostou em obras que nunca saíram, como as termelétrica a carvão Candiota 3 e Jacuí", argumenta Dilma.

As linhas a que a secretária se refere são as duas únicas ligações reforçadas, de 525 quilovolts (kv), que existiam até o ano passado para conexão ao sistema nacional, do qual depende 70% da energia consumida no Estado.

A ligação Itá-Santo Ângelo reforçou a integração, mas o abastecimento de 10 milhões de gaúchos depender só de três fios ainda representa uma situação frágil.

A tese da secretária é sustentada por um especialista independente. O engenheiro elétrico Paulo Milano, da Siclo Consultoria, há 15 anos dedicado à análise do custo de energia, lembra que há 10 ou 20 anos toda a responsabilidade sobre o setor energético era dos governos federal e estadual. Quando começou a faltar dinheiro no caixa, os investimentos foram cortados. Por conta do controle da inflação, as tarifas também foram artificialmente contidas, acrescenta.

"Por isso, existem problemas dos quais o mais sério é a limitação nas linhas de transmissão", afirma Milano.

É o preço, argumenta, de ter agora de “correr atrás da máquina”, no momento que o crescimento da economia gaúcha acima da média nacional também pressiona a demanda. O consultor, que acompanha o grupo temático de energia da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), confia na possibilidade de um verão sem cortes, se não houver imprevistos.

"Sem contingências, vamos ficar no zero a zero. Há capacidade para atender a todo o consumo sem cortes ou com cortes desprezíveis", avalia Milano.

A situação é essa porque o Rio Grande do Sul não atende plenamente a um dos preceitos básicos do planejamento da expansão energética, conhecido no jargão do setor como “n menos 1”. Isso significa que o sistema deve suportar a perda de um equipamento importante, uma linha, uma subestação ou uma usina, ou seja, operar normalmente mesmo que ocorra uma contingência.

Uma fonte do setor de energia do governo federal admite que a situação do Estado estava “degradada” até um ano ou dois e destaca o esforço conjunto feito no ano passado para atender à demanda do verão. Na sua avaliação, a situação para a próxima estação foi provocada por problemas imprevisíveis, mas está superada pelo conjunto de providências adotada novamente em parceria. Conforme essa fonte, é possível formar um sistema tão seguro quanto se deseje, mas o custo cresce em proporção ainda maior. O planejamento para o Rio Grande, assegura, foi feito “segundo a melhor técnica”.
Zero Hora/Agência RBS

Volta

 

Copyright© 1996 - 2000 Terra Networks, S.A. Todos os direitos reservados. All rights reserved.