Segunda, 04 de dezembro de 2000, 21h55min
A diretoria da Unimed São Paulo e a Comissão de Acompanhamento, constituída por médicos cooperados, reuniram-se na tarde desta segunda-feira para analisar a questão financeira da empresa.

Segundo o presidente do Sindicado dos Médicos de São Paulo (Simesp), José Erivalder Guimarães de Oliveira, nesse primeiro encontro, a empresa apresentou um panorama geral sobre a situação financeira e, a partir de agora, os membros da Comissão com a diretoria da Unimed estarão estudando medidas para solucionar a crise. "É o início do processo de entendimento", disse ele.

A diretoria da Unimed São Paulo confirma que a cooperativa médica acumula uma dívida de R$ 122 milhões. Desse total, a cooperativa deve R$ 51 milhões para hospitais, clínicas e laboratórios da rede credenciada. Para a recuperação da cooperativa, os dirigentes pretendem vender parte do patrimônio. Porém, o diretor-presidente da Unimed São Paulo, Edmundo Castilho, disse que não há nenhum risco de a cooperativa quebrar.

Segundo o diretor-jurídico do Simesp, Cid Cavalhares, a diretoria da Unimed mostrou-se disposta a fornecer informações sobre os problemas enfrentados pela empresa. Cavalhares disse também que os médicos cooperados manterão o atendimento aos usuários. "A primeira reunião teve como objetivo a troca de informações sobre a crise. A partir daí, estudaremos em conjunto novas alternativas a fim de que a empresa tenha condições de cumprir seus compromissos e atender os usuários", disse.

Ele destacou que, nos próximos dias, as entidades médicas estarão definindo uma empresa para fazer auditoria das contas da Unimed São Paulo.

O presidente do sindicato lembrou que na reunião do dia 29, a diretoria da Unimed e representantes do Cremesp, APM e Simesp concordaram em convocar eleição para uma nova direção da cooperativa. Segundo ele, além de intermediar todas as negociações entre a diretoria da cooperativa e a Comissão de Acompanhamento, as três entidades vão acompanhar a própria eleição até a posse da nova diretoria. A previsão é de que a eleição seja feita em fevereiro.

A Comissão de Acompanhamento é formada por 29 médicos cooperados, entre eles, representantes do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), da Associação Paulista de Medicina (APM) e do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp).

A Unimed São Paulo publicou nesta segunda-feira o edital de convocação dos 2.343 médicos associados para se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária (AGE), no próximo dia 14.

Entre os assuntos a serem discutidos estão a autorização para convocação de Assembléia Geral Eleitoral e a designação de cooperados para formar a Comissão de Acompanhamento do processo eleitoral.

Também será avaliado um projeto para que as entidades médicas (Cremesp, APM e Simesp), acompanhem todo o processo eleitoral. "A assembléia será realizada para garantir a limpeza e transparência durante o pleito eleitoral", afirmou o presidente do Sindicato.

"Faremos tudo o que for necessário para garantir a continuidade da cooperativa e, principalmente, o atendimento aos usuários. Também estamos em negociação com as outras Unimeds para conseguir apoio no sentido de resolver os problemas administrativos da cooperativa", disse ele.
Agência Estado

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