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Oposição diz que orçamento somente será votado na semana que vem

Segunda, 04 de dezembro de 2000, 21h47min
"Para a semana que vem." A frase mais temida pelo governo do presidente Fernando De la Rúa foi pronunciada hoje no fim do dia pelos senadores do Partido Justicialista (mais conhecido como "Peronista"), da oposição, que anunciaram oficialmente que o debate sobre o Orçamento Nacional será feito "sem pressa".

Os peronistas dominam confortavelmente o Senado (36 vagas de um total de 69), e afirmam que o projeto do governo precisa passar por "várias modificações", entre elas, a eliminação da redução salarial dos funcionários públicos. O anúncio foi feito pelo senador José Gioja, líder da bancada peronista, que disseque a votação ficaria para o dia 13 de dezembro.

Antes de partir para uma viagem à Costa Rica, o presidente De la Rúa disse que é preciso que o Orçamento "seja aprovado nesta semana, porque o país passa por um momento crucial".

O ministro da Economia, José Luis Machinea, corroborou as declarações do presidente, afirmando que se o Orçamento for aprovado ainda nesta semana, "a ajuda do FMI seria definida no máximo na segunda-feira". Para expressar que falta pouco para o acerto total, Machinea disse que "estamos quase tocando o dinheiro".

Mas se isso não ocorrer, a ajuda do FMI seria adiada. "Os prazos são muito estritos. Se não conseguirmos que o Congresso aprove o Orçamento e o Pacto Fiscal, o fim do ano se precipita. Corremos o risco de que a ajuda fique para janeiro", admitiu preocupado o vice-ministro da Economia, Mario Vicens.

O vice-ministro também explicou que "o quanto antes fique tudo pronto", será mais fácil "evitar nervosismos no mercado". Os prazos são curtos: a diretoria do FMI reúne-se no dia 21 de dezembro.

A finalização do acordo entre o FMI e a Argentina dependerá dos acontecimentos no Parlamento esta semana. A principal batalha do governo ocorrerá no Senado, onde a partir de terça-feira será debatido o Orçamento Nacional.

No entanto, legamente, o governo não tem como apressar o Senado. Além disso, segundo o ministério da Economia informou à Agência Estado, tampouco poderia implementar o Orçamento por decreto, já que esta é uma atribuição exclusiva do Congresso.

Na história argentina, somente dois governos começaram um novo ano sem o orçamento aprovado: o de Arturo Illía (1963-66) e o de Isabel Perón (1974-76). Ambos governos foram derrubados meses depois.

Para os analistas, a oposição está demonstrando a capacidade que tem de colocar o governo em xeque. Além disso, mostra-se como uma alternativa: em menos de 11 meses serão realizadas eleições para renovar metade do Parlamento, e apresentar-se como opositor ao ajuste do governo é uma boa forma de angariar votos.

Amanhã também começará o debate da Reforma da Previdência na Câmara de Deputados. A Reforma já enfrenta o rechaço declarado da oposição e também de diversos parlamentares do governo. Os deputados também votarão nesta semana o Pacto Fiscal, que congela o gasto das províncias e da União por cinco anos.

Para acalmar os ânimos dos mercados, o ex-vice-presidente Carlos "Chacho" Álvarez se reunirá esta semana com De la Rúa. Desde sua renúncia há dois meses, os dois não realizavam um encontro com tons de cúpula. Na época, com a renúncia, o ex-vice causou uma crise política que agravou a crise econômica.

O encontro tem a intenção de fortalecer De la Rúa e assegurar que a Aliança UCR-Frepaso, coalizão de governo que reúne a UCR de De la Rúa e a Frepaso de Álvarez, não rachará. No entanto, o apoio de Álvarez será restrito. Hoje ele declarou que "rechaça" a Reforma da Previdência.

O sub-secretário para Assuntos Internacionais do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, desembarcou nesta segunda-feira em Buenos Aires para fornecer apoio ao governo do presidente Fernando De la Rúa nas negociações que mantém com o FMI.

Os analistas definem este tipo de apoio do tesouro norte-americano como um claro interesse dos EUA em que a crise financeira turca não "contagie" outros países emergentes.

Com a presença do sub-secretário na capital argentina, pretende-se dar um sinal aos mercados de que o governo do presidente Bill Clinton está interessado em evitar o colapso do governo do presidente Fernando De la Rúa.

"Uma espécie de benção de Washington que confirme que o FMI pode conceder a indulgência à Argentina", afirmavam analistas ironicamente em Buenos Aires.

O ministro Machinea, negou que o Tesouro norte-americano vá apoiar a Argentina com fundos. No entanto, ele destacou que está sendo "importante" o respaldo norte-americano. "Sempre que existe uma operação financeira significativa no mundo, o Tesouro dos EUA está envolvido", explicou.

Machinea também informou que a Argentina está realizando negociações com o governo espanhol, para a obtenção de ajuda financeira desse país. "A negociação está quase fechada", disse.

Estava previsto que a visita de Geithner seria breve, e que ficaria na Argentina somente até amanhã. Geithner tinha encontros programados com diversos consultores econômicos, além de autoridades do Banco Central. Neste reduto, o BC, está o principal defensor da idéia de dolarização da economia argentina o presidente da entidade, Pedro Pou.
Agência Estado

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