A siderúrgica brasileira Belgo Mineira deverá subscrever o aumento de capital que a siderúrgica argentina Acindar fará antes do Natal, de 46 milhões de ações, ainda sem preço definido, disse o presidente da Belgo nesta sexta-feira. "Se os outros acionistas não subscreverem vamos ficar com tudo, se eles quiserem temos direito a 30%", disse a jornalistas o presidente da Belgo, Antonio Polanczyk.
A Belgo Mineira controla a Belgo Mineira Uruguay, que anunciou no final de novembro associação com a Acindar.
Polanczyk disse que a Belgo vai investir US$ 134 milhões na empresa, que aumentará a presença da Belgo na América Latina. "Uma parte (do investimento) será agora, no aumento de capital, e outra vamos aplicar depois, tudo para reduzir o endividamento da empresa", disse.
Ele informou que apesar do preço do aumento de capital não ter sido definido, havia sido acertado que a compra de ações giraria em torno de 1 peso por ação.
"Na Argentina, nenhuma compra de ação poder ser por menos de 1 peso (que equivale a US$ 1)", disse o executivo. Se os outros acionistas subscreverem, a Belgo deverá compra 13 milhões de ações, o que corresponderia a US$ 13 milhões, ressaltou.
Polanczyk informou que dois diretores da Belgo farão parte da diretoria da empresa argentina a partir do ano que vem, e que no futuro o presidente executivo também será escolhido pela Belgo quando a operação de associação for concluída.
A intenção da empresa mineira é conseguir ao final de dois anos, pelo menos 30 por cento do capital total da empresa, formando o bloco de controle com a família Acevedo, que atualmente controla a Acindar, com 50% das ações. "O importante é ter o controle e quando for mais lucrativa aumentar esse controle", disse Polanczyk.
Ele prevê que dentro de dois ou três anos a Acindar sairá da situação de prejuízo atual e começará a dar lucro.
O acordo feito entre a Belgo e os Acevedo prevê uma cláusula especial, pela qual, se for produzida uma situação de estagnação que impeça a adoção de uma decisão ou a família Acevedo venda uma parte substancial da sua parcela acionária, a Belgo terá o direito de comprar todas as ações pertencentes à família por uma quantia de US$ 25 milhões.