Cerca de 2.700 trabalhadores portuários (operários que atuam em terra) prometem parar o Porto de Santos, a partir das 7 horas de amanhã, se até este horário o Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) não der cumprimento à decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de pagar o reajuste de 7%, retroativo a março, e mais 50% de adicional noturno."Temos 90% de chances de entrar em greve, não por mero protesto, mas pelo fato dos operadores terem desrespeitado uma determinação do TRT", afirmou na noite de hoje o presidente em exercício do Sindicato dos Trabalhadores Portuários (Sintraport) Valter Leite de Santana, após permanecer por mais de três horas reunido com os representantes dos operadores.
Apesar do ultimato dado pelos trabalhadores, o diretor-executivo do Sopesp, José dos Santos Martins, acredita em conciliação. "Pretendemos apresentar ainda hoje, uma saída estratégica, que está sendo estudada pelas sete câmaras setoriais, que envolvem o aspecto operacional, econômico e social, a fim de evitar nova paralisação no Porto", antecipou Martins. Ele reconhece que os trabalhadores só terão condições de apreciar as propostas dos empresários amanhã de manhã.
"Importante é que não fechamos as negociações com a reunião de hoje", disse, lembrando que, se mesmo assim os operários não concordarem com as sugestões, aí sim, eles podem partir para greve.
Estiva - Caso os operários decidam cruzar os braços amanhã, o Porto de Santos volta a enfrentar uma segunda greve em pouco tempo. Na semana passada, os 6 mil estivadores e os 500 trabalhadores do bloco (responsáveis pela limpeza no interior dos navios) paralisaram seus serviços por não concordar com a escalação dos serviços feita pelo Órgão Gestor de Mão-de-Obra (Ogmo), conforme prevê a Lei 8630/93, de modernização dos portos brasileiros.