A América do Sul poderá ser dividida em doze eixos de integração com o objetivo de dar mais competitividade internacional à economia da Região. A proposta, feita em conjunto pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Caja Andina de Fomento (CAF) e Fundo Financeiro do Prata (Fonplata), é o primeiro fruto da reunião dos presidentes da América do Sul, ocorrida em Brasíllia no início de setembro. Apesar da definição dos eixos, os projetos considerados prioritários só devem ser definidos a partir de março.Em Montevidéu, no Uruguai, os ministros de infra-estrutura dos países do continente devem definir a metodologia que vai nortear este processo de integração. "Pode ser que o número de eixos seja mantido ou mesmo reduzido", disse o ministro do Planejamento, Martus Tavares. O modelo a ser adotado para o continente será semelhante ao adotado no programa Avança Brasil, lançado este ano pelo governo federal.
Para identificação desses "espaços econômicos" foram avaliadas as potencialidades de integração de transportes, energia e telecomunicações, além da possibilidade de aumentar o desenvolvimento regional. "Uma carta entre Guajará-Mirim, em Rondônia, e a cidade vizinha de Guayará-Merin, na Bolívia tenha que ser enviada para São Paulo antes de sair do País", disse Tavares. Os projetos aprovados serão tocados pela iniciativa privada e terão prioridade para receber recursos do BID, da CAF e da Fonplata.
Dos 12 eixos propostos, disse o ministro, cinco já poderiam ter seus trabalhos de avaliação e propostas iniciados em março de 2001. O primeiro é o Eixo Mercosul, que liga São Paulo, Montevidéu, Buenos Aires e Santiago do Chile. Outro é o Eixo Andino, entre Caracas (Venezuela), Bogotá (Colômbia), Quito (Equador), Lima (Peru) e La Paz (Bolívia). Há ainda o Eixo Interoceânico (Brasil, Bolívia, Peru e Chile), bem como o Eixo Venezuela/ Brasil/ Guiana e Suriname. O último dos cinco é o Eixo Multimodal Orinoco/ Amazonas e Prata, que liga as principais bacias hidrográficas do continente.
Para definir quais serão os projetos prioritários para cada um dos eixos, deve ser criado um Grupo Técnico Executivo, formado por técnicos contratados pelas entidades de financiamento e sem presença de representantes dos governos. Este grupo apenas seguirá as diretrizes do Comitê de Direção Executiva, que será formado pelos ministros de todos os países.