As principais distribuidoras de combustíveis estão repassando reajustes que variam de 8% a 15% no preço do álcool - anidro e hidratado - que está chegando esta semana aos postos de combustíveis. A explicação para o aumento, segundo as distribuidoras, é que as próprias usinas e destilarias estariam resjustando o preço do produto, na esteira do aumento da gasolina ocorrido na semana passada. As usinas negam o reajuste a afirmam que estão recebendo os mesmos valores de um mês atrás.O empresário Maurílio Biagi Filho, presidente da Companhia Energética Santa Elisa, disse que os preços estão oscilando entre R$ 0,56 e R$ 0,58 por litro, como estava no início do segundo semestre, quando o governo começou a fazer os leilões. Segundo ele, as distribuidoras estão aproveitando a elevação no preço da gasolina para aumentar o preço do álcool e, posteriormente, justificar que foi o aumento no preço do álcool que puxou a gasolina para cima. "Esse filme já foi visto inúmeras vezes", disse ele.
Negócios em bolsa - Os primeiros reajustes sobre o preço do álcool foram anunciados pela Esso na sexta-feira. Hoje (4), a Shell também já anunciou aos revendedores que deve reajustar os preços. Segundo o assessor da Aster Distribuidora, João Luiz Roque, as pequenas destilarias que não negociam o álcool na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) seriam as principais responsáveis pelo aumento. "Elas querem aproveitar a falta do produto no mercado num momento que antecede a entressafra para poder ganhar em cima disso", afirmou.
Segundo ele, o preço para o consumidor na bomba de combustível no posto deve ser cerca de 20% maior do que os atuais R$ 1,10, após o reajuste. Isso porque, segundo ele, o valor de R$ 1,10 seria o correto se todos os elos da cadeia produtiva (usina, distribuidora e revenda) estivessem pagando corretamente os impostos e respeitando as margens de lucro corretas.