O Índice do Custo de Vida (ICV) calculado pelo Dieese registrou alta de 0,34% em novembro. A elevação foi causada principalmente pelo aumento da gasolina, do gás de cozinha e dos seguros e convênios médicos, que juntos contribuíram com 0,31 ponto porcentual do índice - quase toda a inflação do mês.A maior parte dos efeitos do reajuste da gasolina, no entanto, será sentida em dezembro, já que a decisão do reajuste saiu no final do mês. Em novembro, o produto subiu 3,25% na apuração da instituição. Com relação ao grupo Saúde, a pressão maior veio dos convênios e seguros saúde, que continuam corrigindo as mensalidades. A variação média foi de 2,38%.
As altas verificadas nos grupos Transportes (1,16%) e Saúde (1,28%) foram atenuadas pelas quedas dos alimentos (-0 23%), das roupas, calçados e acessórios (-0,10%) e dos equipamentos domésticos (-0,10%). Os alimentos industrializados recuaram 0,73% e os eletrodomésticos, 0,59%.
As quedas destes três grupos surpreenderam a instituição pois costumam apresentar alta nesta época do ano em razão do aumento da demanda. Na opinião da responsável pela pesquisa, Cornélia Porto, isto deve estar ocorrendo porque a concorrência no varejo está acirrada, sobretudo entre os hipermercados, e o comércio pode estar contendo preços para vender em maior quantidade.
Apesar da alta de 0,34% em novembro, após ter encerrado outubro em estabilidade (zero), os preços de mercado continuam estáveis, de acordo com avaliação do Dieese. Dos 575 itens que compõem o levantamento, 335 (58,3%) mantiveram-se estáveis, ou seja, não registraram variações acima de 1% ou abaixo de -1%.
Para o ano, Cornélia Porto estima uma inflação de 7%. Até novembro, o ICV acumula alta de 6,33% e nos últimos 12 meses, de 7,18%. Dezembro deve fechar entre 0,5% e 1%.