A expansão de lojas supermercadistas no interior garante a São Paulo a liderança no ranking do setor entre os Estados do País. Com 11,4 milhões de metros quadrados de área de comercialização, o Estado responde quase 31% das vendas nacionais. O faturamento em São Paulo está estimado em R$ 26 bilhões neste ano, ante os R$ 25 bilhões obtidos em 1999. Minas Gerais, segundo colocado no ranking dos Estados, detém apenas 10,2% de área.São Paulo também ganha quando se fala em concentração de empresas. O Estado tem 5.093 empresas, enquanto Minas possui pouco menos da metade: 2.509. A quantidade de lojas paulistas responde hoje por 27% das 22.279 pesquisadas pela ACNielsen. As mineiras representam 12,3% deste total. O Estado também a liderança no item mão-de-obra: 31,4% dos trabalhadores da área estão empregados nas lojas paulistas.
O levantamento, inédito e mais recente, foi realizado entre os meses de fevereiro e junho deste ano, quando foram visitados 4.469 municípios dos 5.507 considerados pelo último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Grupo Pão de Açúcar se destaca entre as empresas que estão fincando pé no Interior do Estado de São Paulo em busca de bons dividendos. Desde o início do ano, o grupo abriu cinco estabelecimentos no interior - dois supermercados Barateiro em Itaquaquecetuba e Lapa e três hipermercados Extra em Santos, Araraquara e Sorocaba. Cada loja absorveu investimentos em torno de R$ 20 milhões.
"Temos vários terrenos comprados e vamos expandir muito a marca Barateiro", afirma Abílio Diniz, presidente do Grupo Pão de Açúcar. Em 2001 a empresa irá investir na construção de lojas e reduzir as aquisições, que somaram 68 pontos-de-vendas neste ano. "O momento não é propício para aquisições, porque não há nada convidativo no setor", comenta.
Grande Filão - "O mesmo processo que ocorreu nas grandes capitais está acontecendo hoje no Interior de São Paulo", afirma Omar Assaf, presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas). Pelos seus cálculos, "essa febre", das grandes redes para o interior do Estado deverá continuar ainda por mais dois anos. "O interior é um bom filão a ser explorado", afirma.
Segundo Assaf, 50% da receita estimada de R$ 26 bilhões será proveniente do interior e a outra metade da capital paulista. Num futuro próximo, com essa concentração que está se concretizando o interior deverá aumentar sua participação na receita. O interesse por essa região, acrescenta, teve início com a abertura do capital estrangeiro e estabilidade econômia.