O secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Roberto Gianetti da Fonseca, lamentou que o Chile tenha fechado um acordo comercial direto com os EUA. "Vemos essa atitude com tristeza. Lamentamos porque quebra a unidade hemisférica que estávamos achando muito importante para negociar melhor com a Alca", disse Gianetti da Fonseca, que participou da abertura do 1º Fórum de Negócios para a América e África da Unctad (Conferência para o Comércio e Desenvolvimento das Nações Unidas). O secretário-executivo da Camex ressaltou, no entanto, que é preciso relativizar. "O Chile não é um país tão relevante economicamente no bloco, uma vez que tem a economia mais ou menos do tamanho do Estado do Rio de Janeiro. Mas é emblemático", afirmou Gianetti da Fonseca. Ele frisou que o Chile tem uma organização política muito boa, já avançou nas reformas e que o acordo comercial direto com os EUA tira um elemento de unidade do bloco que o presidente Fernando Henrique Cardoso tinha procurado preservar na reunião de agosto desse ano.
O secretário-executivo da Camex não vê um risco maior para a unidade do Mercosul. "O Mercosul começou sem o Chile e vai continuar perfeitamente se eles não demonstrarem que (o Mercosul) continua a ser uma prioridade", disse.
Gianetti da Fonseca confirmou que o presidente da África do Sul estará em Brasília no dia 14 de dezembro para a reunião do Mercosul, que ocorrerá em Florianópolis. "A integração da África do Sul no Mercosul é muito importante porque esse país representa cerca de 50% de todo o comércio do continente africano", disse. Atualmente, o Brasil importa US$ 2,3 bi da África e exporta US$ 1 bilhão.