O presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico do Rio Grande do Sul, César Rangel Codorniz, estima que as vendas em volume do setor crescerão cerca de 12%, saltando de 285 mil t de plásticos transformados, em 1999, para 319,2 mil t, neste ano.O faturamento bruto deverá alcançar R$ 1,392 bilhão, 8% a mais do que em 1999. "A diferença entre o aumento das vendas em volume e o incremento do faturamento, prova que perdemos margem de lucro. Antes, nosso custo variável representava 30% do faturamento bruto, e hoje chega a 50%", explica César Codorniz.
O fator que mais contribui para a perda de margem, diz Codorniz, é a impossibilidade de repassar o custo das matérias-primas. Em 1999, as resinas termopláticas tiveram aumentos de até 80%, e neste ano o reajuste ficou entre 20% e 25%. "A estabilidade da economia nos impede de repassar o aumento dos custos de produção. De 99 para cá, conseguimos repassar, no máximo, 50 dos ajustes de preços que absorvemos da indústria de resinas", afirma.
Segundo ele, esse quadro, que inclui a falta de reforma tributária, agrava o déficit da balança comercial. O setor de transformados plásticos (bens de consumo finais e intermediários) pretendia, neste ano, reduzir o saldo negativo da balança, que em 1999 foi de R$ 1,2 bilhão, e neste ano deverá fechar em R$ 1 bilhão, contra a expectativa inicial de redução à metade (R$ R$ 600 milhões).
Os transformadores de plásticos gaúchos são atendidos pelos pólos de Camaçari (BA), Mauá (SP) e, principalmente, pelo de Triunfo (RS), onde a central de matérias-primas é a Companhia Petroquímica do Sul (Copesul). Porém, os transformadores locais são reponsáveis pelo consumo de apenas 17% da produção recém ampliada da Copesul, de 600 mil t para 1,120 milhão t/ano de eteno, insumo principal das resinas.