Atualizada às 9h28
O governo argentino teme que o empréstimo concedido ao país pelo FMI só seja anunciado em janeiro. O valor da ajuda internacional pode chegar a US$ 20 bilhões. A demora, segundo o governo argentino, é a relutância da oposição em apressar, no Congresso, a tramitação do orçamento do próximo ano. A aprovação da peça é um pré-requisito para que o empréstimo seja liberado. Segundo versões não-oficiais, o FMI também vai aguardar até que a Câmara ratifique o congelamento de gastos proposto pelo governo.O desespero e angústia começaram a tomar conta do governo argentino depois da inesperada derrota na Câmara de Deputados para aprovar, na íntegra, o projeto de lei do Orçamento de 2001.
Os resultados obtidos com planos e pacotes até agora são incipientes, diante da contínua recessão (30 meses), da falta de credibilidade pública, dos elevados compromissos externos que não param de crescer e da empobrecida base política e eleitoral por causa das expectativas frustradas e promessas não cumpridas.
Por isso, o Ministério de Economia está tentando transferir, de alguma forma, a responsabilidade para o Senado, afirmando que se os parlamentares não aprovarem esta semana o Orçamento, o FMI poderá adiar para meados de janeiro o pacote bilionário dos organismos multilaterias de financiamento, bancos privados e de governos de alguns países europeus. Mas o risco de um novo prazo para anunciar a liberação dos recursos seria, neste momento, excessivo demais para os mercados.
Os senadores peronistas já declararam estar contra o Orçamento, principalmente no ponto que trata sobre a lei de Responsabilidade fiscal, cujas metas de gastos foram ampliadas pelo governo de US$ 2,8 bi para US$ 7 bi e o período de equilíbrio fiscal transferido de 2003 para 2005.
Os peronistas, que também não querem a ampliação, por um ano, do corte de 12% a 15% dos salários dos funcionários públicos imposto este ano, informaram que não vão discutir o projeto antes do dia 13. O governo, por sua vez, acredita que a Comissão de Orçamento do Senado começará a analisar o Orçamento amanhã e, na quarta-feira, poderia ser votado.