A elevação do preço do petróleo no mercado internacional para a faixa de US$ 40 provocaria um aumento de US$ 3,3 bilhões das importações brasileiras do produto. "Note-se que o impacto sobre a balança comercial do Brasil é negativo, mas não dramático", diz o vice-presidente do Morgan Stanley Dean Witter, Carlos Janada, em estudo distribuído por meio eletrônico.O impacto, segundo o vice-presidente do Morgan Stanley, seria equivalente a 0,58% do Produto Interno Bruto (PIB). O economista estima que as compras brasileiras de petróleo no exterior crescerão cerca de US$ 365 milhões a cada aumento de US$ 1,00 no preço da commodity.
O impacto da alta do petróleo nos oito maiores países (Brasil, Peru, Chile, Argentina, Colombia, Equador, Venezuela e México) da América Latina, no entanto, seria positivo. O estudo do vice-presidente do Morgan Stanley indica que o superávit da balança comercial da região pode se elevar em US$ 1,6 bilhão a cada US$ 1,00 de aumento dos preços do petróleo no mercado internacional. O valor, segundo o estudo de Janada, equivale a aproximadamente 0,10% do PIB da América Latina. A Venezuela e o México seriam os mais beneficiados com a mudança de nível da cotação do petróleo e o Brasil e Chile sairiam mais prejudicados por serem importadores do produto.
Uma queda do preço do petróleo ao nível de US$ 20, no entanto, provocaria uma perda de receita de exportações ao México equivalente a 1,39% do PIB e ainda redundaria numa perda de arrecadação de impostos de 0,90% do PIB. "É importante enfatizar que isto não significa que o governo mexicano teria de implementar cortes fiscais de 0,90% do PIB se o preço do petróleo cair a US$ 20 o barril. Achamos que orçamento mexicano de 2001 é muito conservador e inicialmente presumia um preço do petróleo de US$ 17 o barril", diz Janada em seu estudo sobre o impacto das oscilações de preços do petróleo sobre a economia da América Latina. O país mais afetado com a queda do valor do barril de petróleo, segundo o estudo do Morgan Stanley, seria a Venezuela.