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Rita Lobo  Foto: Velvet

Rita Lobo explica saída da TV para se dedicar ao Panelinha: "Interesses migraram para as novas tecnologias"

Na panela tem sempre comida bem-feita e uma genuína vontade de fazer com que todo mundo saiba como cozinhar e comer bem

Imagem: Velvet
  • Cíntia Marcucci
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1 set 2025 - 09h28
(atualizado às 09h31)
Rita Lobo
Rita Lobo
Foto: Velvet

Um ingrediente fresco daqui, uma medida dali e um jeito simples de ensinar o que aprendeu fazem com que, há 25 anos, a gente confie nas receitas que saem da cozinha de Rita Lobo. Cozinhar mudou a vida da chef e por isso mesmo ela sabe que pode mudar a vida de outras pessoas por meio da comida.

Rita está em uma transição de projetos — recentemente encerrou as gravações de seus programas inéditos no GNT, mas os antigos seguem disponíveis pelo streaming e em reprises. Mas fala sobre a importância das escolhas alimentares e de como vai continuar por aí, para aumentar os cadernos de receitas de cada vez mais gente com xícaras de farinha perfeitamente retinhas e colheradas saborosas de muitas coisas.

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A vontade de atingir o maior número de pessoas possível a fez abandonar a TV por assinatura e ampliar esforços em outra direção. “Não cabia mais na minha vida fazer televisão. O Panelinha cresceu muito e os meus interesses migraram para as novas tecnologias. Não faz sentido que elas não possam ajudar quem está disposto a cozinhar a ter uma alimentação mais eficiente: mais saudável e balanceada, mais saborosa e variada, mais econômica e sustentável e, claro, que ajude a alimentar também as relações.”

Os ultraprocessados vêm disfarçados em embalagens em tons de verde dizendo que o produto é integral ou orgânico, quando na verdade a lista de ingredientes mostra o contrário.

Mudança de modelos

Quem é mais jovem talvez não saiba ou não tenha a memória de que as primeiras vezes que a Rita Lobo apareceu na mídia não foi entre panelas e talheres. Nos anos 1990, ela foi modelo famosa, daquelas que fizeram carreira internacional em temporadas na Europa, Japão e nos Estados Unidos. Foi inclusive apresentadora da MTV Brasil, nos primeiros anos da emissora, falando de moda. Mas no meio da passarela tinha uma cozinha. E uma cozinha que ela queria conhecer melhor.

Rita Lobo
Rita Lobo
Foto: Velvet

“Fui fazer gastronomia (em 1995) porque eu não sabia cozinhar. Não queria ser chef de cozinha nem trabalhar com comida. Mas, na cozinha, fui abduzida: aprender a cozinhar é uma experiência transformadora, por inúmeros motivos. Talvez o principal seja a sensação de vitória que a autonomia traz. Chegar em casa e ter algo caseiro pronto na geladeira é muito bom! Assim como saber transformar três legumes, um ovo e uma sobra de arroz num jantar gostoso. Mas isso não significa que você tenha que saber preparar todos os pratos ou só comer o que você cozinhou, pelo contrário”, diz ela, que não pensa duas vezes antes de pedir sushi e sashimi quando tem vontade desses preparos da culinária japonesa.

Essa mesma autonomia é o que move Rita em seus inúmeros projetos na Panelinha, empresa que começou com uma proposta de ajudar com ideias para variar o cardápio e hoje, além de ser uma das fontes mais confiáveis de receitas testadas e que dão certo (em sites, livros, vídeos, podcasts e redes sociais), tem papel fundamental em prol de uma alimentação saudável e na defesa da cultura alimentar brasileira.

“Nestes 25 anos do Panelinha, a grande mudança foi o aumento da oferta de ultraprocessados. Isso influencia diretamente nas escolhas, muitas vezes sem que as pessoas se deem conta. Ainda bem que a gente tem a dieta brasileira, bem balanceada, que é baseada no pê-efe – símbolo do país e da comida de verdade”, diz.

Rita e o Panelinha têm um convênio formal com o Nupens (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo — USP) para divulgar conceitos nutricionais baseados em evidências científicas. Há mais de 10 anos divulgam a classificação dos alimentos por grau de processamento em livros, cursos, no site e nas redes sociais.

Rita Lobo
Rita Lobo
Foto: Velvet

Da porta da cozinha para fora

Rita assume que é bastante focada no trabalho e estuda o mercado digital, as audiências, as novas tecnologias, o mercado editorial, as novas formas de comercializar livros, fotografia, edição de vídeos e tudo que acompanha suas tarefas. Mas tem um ponto fraco: “Eu uso o trabalho para comprar louça pelo mundo todo e ostentar uma coleção digna de museu! Claro que estou exagerando, mas tenho um acervo bem grande”.

Fora o trabalho, ela se define também como uma mãe muito atenta de dois filhos adultos, que são sua maior alegria. “Tenho duas enteadas, que também já são gente grande, e três filhos (gatos divertidíssimos!) que são meus bebês. O meu marido e eu somos parceiros em tudo, inclusive, sócios no Panelinha. A única coisa que não fazemos juntos é atividade física”.

Isso ela faz com um grupo de amigas, todos os dias, às sete da manhã, com direito a um cafezinho depois, claro. Aí ela volta com mais empolgação ainda para tantas ideias, louças, fogões e sabores.

Meus livros ajudam as pessoas a fazerem melhores escolhas. Sem informação confiável, é muito fácil ser seduzido pelos modismos alimentares e pelo marketing.

A VIAGEM GASTRONÔMICA DE RITA LOBO

Ela adora visitar mercados centrais nas cidades que visita e, se fica períodos mais longos, tenta cozinhar com os ingredientes locais. Depois, usa a inspiração para alimentar o Panelinha. Na última ida para Londres, anotou as ideias que teve e dá para presumir que vem coisa boa por aí.

  • Costelinha de porco caramelizada no balsâmico;
  • Marinada de iogurte com açafrão, limão e tomate para o frango;
  • Homus mais firme, servido com saco de confeiteiro para formar um montinho, finalizado com nozes raladas e sumac (uma especiaria de sabor ácido comum no Oriente Médio e na culinária do Mediterrâneo);
  • Salada de batata que parece um purê com maionese;
  • Frango desfiado e cubinhos de picles.
Fonte: Velvet Conteúdos da revista Velvet
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