Vale Tudo volta a virar alvo de queixa no Reclame Aqui: 'Ofende a inteligência do público'
Vale Tudo, novela das 21h de Manuela Dias, foi detonada por meio de um texto que foi colocado num site destinado à reclamações
Exibida desde o dia 31 de março, Vale Tudo, novela da TV Globo escrita por Manuela Dias, enfrenta problemas na audiência e queixas feitas por alguns telespectadores na web. Um texto inusitado chegou a ser inserido no Reclame Aqui, site no qual as pessoas acessam para reclamar de algo que foi comprado ou consumido.
A queixa foi feita por alguém de Fortaleza (CE) no fim do mês passado e o título do texto é 'Remake de Vale Tudo ofende a inteligência do público'. "É com estupefação, e porque não dizer certo asco, que venho registrar minha indignação com o que a TV Globo ousa chamar de remake da novela Vale Tudo. A obra original escrita por Gilberto Braga, Leonor Bassères e Aguinaldo Silva, um marco incontestável da teledramaturgia nacional, foi reduzida a uma caricatura frouxa, escrita por Manuela Dias e dirigida por Paulo Silvestrini, como se o simples uso de um título consagrado bastasse para sustentar o vazio artístico que se vê no ar", iniciou a pessoa anônima.
"A trama, que deveria ser vibrante e corrosiva em sua crítica sociopolítica, foi transformada em um exercício de wokenismo vazio, panfletário e deslumbrado, típico de quem confunde militância performática com dramaturgia séria. O que era crítica contundente virou monólogo tedioso com pretensões de aula de cidadania para iniciantes. Manuela Dias abusa do tokenismo de forma quase caricatural, estereotipando figuras centrais da narrativa para caberem em sua agenda rasa. A personagem Raquel, por exemplo, vivida com competência por Taís Araujo, é vestida com figurinos absolutamente exdrúxulos, cafonas e 'vibrantes', como se o destino da mulher negra pobre fosse desfilar cor e excesso, enquanto sofre calada e com dignidade no meio da caricatura", alfinetou.
"Já Solange, interpretada pela talentosa Alice Wegmann, é o exemplo mais transparente de como a autora se projeta em suas personagens. Ela funciona como um alter ego do progressismo da Zona Sul carioca, cheia de discursos ilustrados, mas completamente descolada da realidade que pretende representar. Tudo é autorreferente, autocentrado, dramaturgia de quem escreve mais para o próprio espelho do que para o público", seguiu o inconformado.
"Os núcleos paralelos, antes essenciais para costurar o tecido moral da história, foram simplesmente ignorados ou mal adaptados. A direção é frouxa. A fotografia é clara demais, chapada, lavada, sem densidade ou textura. Nem mesmo a sonoplastia, se ainda se usa este termo técnico, parece ter sido considerada. As trilhas incidentais são desconexas e deslocadas, entram e saem sem qualquer coerência narrativa ou emocional. É como se tivessem aberto um catálogo aleatório de efeitos sonoros e clicado com os olhos fechados", detonou.
"Os atores, coitados, tentam desesperadamente salvar o que não tem salvação. E por mais que se esforcem, e alguns realmente se destacam, é visível que estão tirando leite de pedra com um texto que lhes nega profundidade, ritmo e verdade. Este remake é um desserviço à memória de Gilberto Braga e de todos que, um dia, acreditaram que perguntar 'vale a pena ser honesto no Brasil?' era mais do que uma frase de efeito. Era uma ferida aberta sendo exibida em horário nobre. Hoje, virou enfeite. Recomendo que a emissora revise suas prioridades artísticas com urgência. E por favor, da próxima vez, se não forem capazes de honrar uma obra-prima, deixem-na em paz", concluiu o internauta, que segue sem uma resposta da emissora.