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"Nem todo mundo sobrevive ao trabalho de atriz", diz Roberta Gualda

28 out 2012 - 18h50
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Mariana Trigo

Introspectiva, fala baixa, roupas discretas e sapatos rasteiros. Em nada Roberta Gualda consegue se assemelhar à espalhafatosa Dóris. Para moldar a vilã, que é gêmea de Diva, de Bárbara Borges, em Balacobaco, a atriz carioca não economizou em pesquisas. Assistiu desde seriados americanos sobre mulheres de mafiosos até a funkeiras em ação com seus passos populares e figurinos de gostos duvidosos. Tudo para esculpir a escrachada personagem em sua segunda novela de Gisele Joras. A primeira foi em Bela, A Feia, sua estreia na Record, onde viveu a destemida Luzia. "Só tinha feito humor em rápidas participações. Estou adorando isso! Me divertindo trabalhando e saindo do drama onde as pessoas sempre me colocavam", analisa Roberta.

Em seus 10 anos de carreira na Globo, desde que estreou no seriado Mulher, em 1998, e mesmo quando teve seu primeiro papel de destaque, como Paulinha, de Mulheres Apaixonadas - de Manoel Carlos, em 2002 -, Roberta sempre transitou por papéis densos. Foi assim também recentemente, na minissérie bíblica Rei Davi, onde a atriz de 35 anos teve de raspar a cabeça ao interpretar a sofrida Tirsa. "Mas não sou de ficar sofrendo com personagem. Fecho a gavetinha quando a novela acaba, não fico carregando. Mas me coloco em segundo plano nesses momentos. Sempre por uma boa causa", valoriza.

O discurso seguro e articulado de Roberta não é fruto apenas da carreira como atriz, que se iniciou no teatro, quando tinha 14 anos e subiu aos palcos pela primeira vez em cursos no Teatro Tablado, no Rio de Janeiro. Neta de desembargadores, o que trouxe segurança à atriz foi ter cursado Direito, mesmo sabendo, nos primeiros períodos, que jamais exerceria a profissão. "Só tive a intenção de seguir nos primeiros cinco minutos (risos). Na verdade, gostei de algumas matérias. Me fazia bem circular por outros meios totalmente diferentes do teatro. É enriquecedor viver outros universos", avalia a atriz, que também fez mestrado em Comunicação Social.

O gosto pelos livros e o interesse pelo aprendizado trouxeram uma inquietude permanente à atriz, que sempre procura fazer cursos. Sua próxima investida será em aulas de canto. Porém, por enquanto, as únicas aulas que Roberta têm tido tempo e uma certa obrigatoriedade em fazer são para esculpir as formas para o figurino justíssimo de Dóris. Apesar de não suportar fazer exercícios, a atriz tem frequentado a academia para séries de musculação e corridas na esteira sempre que pode. "Depois dos 30, não dá para fugir, principalmente com uma personagem com figurino de funkeira! O problema é tempo. Quando não dá, coloco um saltão e faço truques", brinca, imitando a voz da personagem despachada. "Ela é desbocada, fala alto, tem vários tons acima, mas também tem uma doçura. Apesar de viver de golpes e bicos, se preocupa com os outros. Não é tão ensimesmada", defende.

Para Roberta, o interessante de viver a personagem nesse momento tem sido coincidir esse trabalho com outro que acaba de estrear no cinema, onde a atriz vive uma personagem radicalmente oposta. No longa Gonzaga - De Pai Para Filho, de Breno Silveira, ela interpreta Helena, a segunda mulher de Gonzagão, com quem ele viveu por quase toda a vida. "Ela é uma grande personagem. O Breno apostou muito em mim nesse filme. Hoje sou grata de sobreviver do trabalho de atriz, pois nem todo mundo consegue. Minha carreira tem um saldo muito positivo", comemora.

Roberta Gualda, atriz da TV Record e em cartaz nos cinemas no filme 'Gonzaga - De Pai Para Filho': "Minha carreira tem um saldo muito positivo"
Roberta Gualda, atriz da TV Record e em cartaz nos cinemas no filme 'Gonzaga - De Pai Para Filho': "Minha carreira tem um saldo muito positivo"
Foto: Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias / TV Press
Fonte: TV Press
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