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‘JN’ ignora prêmio a Bolsonaro, o desmente e faz denúncias

Telejornal volta a dar visibilidade a supostos crimes envolvendo parentes do presidente

8 dez 2021 - 09h01
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A edição de terça-feira (7) do ‘Jornal Nacional’ foi especialmente desfavorável a Jair Bolsonaro. O presidente jura não assistir à Globo, mas alguém certamente o avisou das notícias ruins.

Matéria do repórter Vladimir Netto desmentiu a declaração de Bolsonaro, em um evento, de que a ANVISA pediu o fechamento do espaço aéreo brasileiro por conta da variante Ômicron do coronavírus. Fez ainda uma crítica indireta ao presidente por ele não aceitar a obrigatoriedade do passaporte da vacina a quem quiser visitar o Brasil.

Bonner e Bolsonaro: um não vive sem falar (mal) do outro
Bonner e Bolsonaro: um não vive sem falar (mal) do outro
Foto: Clauber Caetano/Presidência da República e Reprodução/TV

Em outra reportagem, Paulo Renato Soares detalhou novas provas de suposta participação de uma ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Valle, em esquemas de lavagem de dinheiro e rachadinha no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro e hipotéticas irregularidades para obtenção de vantagem financeira em processos nos quais atuou como advogada. Um ex-assessor dela foi ouvido pela emissora.

Uma terceira matéria atingiu indiretamente o presidente. Outro filho dele, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, foi citado a respeito da investigação da Polícia Federal de alegadas interferências de autoridades no processo de extradição do youtuber bolsonarista Allan dos Santos.

Fazia tempo que o ‘JN’ não exibia tanto chumbo grosso contra Bolsonaro no mesmo dia. Para completar o bombardeio de visibilidade negativa, o telejornal mais visto do País ignorou a vitória do presidente na eleição on-line de ‘Personalidade do Ano’ da revista norte-americana ‘Time’. Em sua live de 25 de outubro, ele pediu aos seguidores para votar. Surtiu efeito. Em segundo lugar ficou Donald Trump.

Ironicamente, o principal rival político de Bolsonaro, o ex-presidente Lula, ganhou destaque positivo na mesma edição do telejornal. A repórter Giovana Teles revelou detalhes do pedido do Ministério Público para o arquivamento da ação contra o petista no caso do triplex do Guarujá.

Com o controle da pandemia de covid-19, o amplo espaço do ‘JN’ às pautas sobre diagnósticos, vacinação e mortes foi parcialmente ocupado por manchetes políticas. O clima já é de cobertura da eleição de 2022. Matérias investigativas sobre os principais presidenciáveis passam a fazer parte da rotina. Odiado tanto pela direita de Bolsonaro quanto pela esquerda de Lula, o jornalismo da Globo estará o tempo todo sob ataque.

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