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Globo corrige décadas de racismo ao escalar negras como protagonistas de novelas 

Atrizes do passado enfrentaram restrições de papéis e discriminação explícita do público

12 mar 2024 - 11h56
(atualizado às 11h58)
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Às vésperas de completar 59 anos (será em 26 de abril), a Globo segue firme no propósito de dar protagonismo a atores negros em sua teledramaturgia. 

A próxima novela das 21h, com título provisório de ‘Mania de Você’, terá a atriz e cantora Gabz em um dos papéis principais. 

Jéssica Ellen vai liderar o elenco da trama das 19h, ainda sem título divulgado, com estreia prevista para setembro ou outubro. 

Em gravação, ‘No Rancho Fundo’, no ar às 6 da tarde a partir de abril, irá apresentar Clara Moneke em personagem de destaque. 

Além dessas três jovens, outros atores e atrizes negros ou de ascendência afro estarão nas novas produções de ficção da Globo. 

No momento, os 56% de pretos e pardos brasileiros estão representados em artistas como Késia Estácio (a Taís de ‘Elas por Elas’), Ramille (a Andrômeda de ‘Família é Tudo’) e Alice Carvalho (a Joana de ‘Renascer’). 

Antes, artistas negros eram exceção nos elencos das novelas e séries da emissora. Poucos tiveram a oportunidade de fazer um protagonista, como a precursora Taís Araújo em ‘Da Cor do Pecado’, de 2004, e ‘Viver a Vida’, em 2009. 

Assim como se dizia nas redações de algumas revistas que “colocar preto na capa não vende”, alguns executivos de televisão acreditavam que atores de pele escura deveriam ser sempre coadjuvantes para não ‘incomodar’ o público acostumado com a hegemonia dos artistas brancos. 

Um exemplo vergonhoso ocorreu em ‘Corpo a Corpo’, de 1984, quando Zezé Motta viveu a arquiteta Sonia. Parte da audiência rejeitou a personagem por ser bem-sucedida, se achar bonita e namorar um homem branco, Cláudio (Marcos Paulo). A atriz foi hostilizada de diferentes maneiras, inclusive com insultos racistas deixados diariamente em sua secretária eletrônica. 

Hoje, a diversidade racial é regra nas escalações. Não por mera adesão ao politicamente correto, e sim pela correção de um erro histórico: o racismo que fazia negros aparecerem nas novelas apenas como empregados, bandidos ou escravos. 

O Brasil miscigenado está mais representado na tela do canal de maior audiência do país. Mas ainda há resistência. O elenco do remake de ‘Renascer’, que tem atores pretos em papéis vividos por brancos na primeira versão, gerou críticas nas redes sociais. 

O combate à branquitude – conceito que reduz negros a estereótipos ocupando poucos espaços – causa revolta em quem não aceita mudanças sociais profundas. Para frustração dos preconceituosos, essa necessária evolução na sociedade e na TV não tem volta e ainda vai avançar fortemente.

Jéssica Ellen, Clara Moneke e Gabz representam a ascensão de artistas negros na teledramaturgia da Globo
Jéssica Ellen, Clara Moneke e Gabz representam a ascensão de artistas negros na teledramaturgia da Globo
Foto: Fotomontagem: Blog Sala de TV (Fotos: Divulgação/Reprodução)
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