George, Prince, Bowie: o repentino fim longe das câmeras
Quase todo artista diz desejar morrer no palco, diante do público e ao alcance de câmeras e flashes.
Mas, na hora derradeira, por vontade própria ou capricho do destino, a maioria parte em reclusão, às vezes sem nenhuma testemunha, num último momento da tão desejada privacidade.
Foi o que aconteceu com George Michael. O cantor inglês, de 53 anos, morreu enquanto dormia no domingo de Natal, atrás das muralhas de sua casa em Oxfordshire.
Situação semelhante ocorreu a Prince, encontrado morto em abril, em sua casa-estúdio, em Chanhassen, Minnesota.
David Bowie, que se foi em janeiro, estava no refúgio de seu apartamento em Nova York, cercado de poucos familiares.
Três astros inigualáveis, grandes figuras midiáticas que saíram de cena de maneira abrupta e discreta, provocando surpresa, incredulidade e comoção.
Esse trio de cantores atingiu o ápice da fama. Eles se tornaram celebridades em consequência do talento, revolução comportamental e representação de sua época.
Suas canções foram trilha-sonora de amores perfeitos, paixões platônicas, viagens de autoconhecimento, sofrimento íntimo.
Eram ímãs de holofotes, geradores de manchetes, ícones explicitamente copiados.
Naquelas décadas de auge, a TV ainda oferecia amplo espaço para a exibição de clipes e entrevistas com cantores relevantes - e os três souberam utilizar o veículo para propagar sentimentos, reflexões e ideais.
Nos últimos anos de existência, optaram por uma rotina sem badalação, versão própria e utópica do anonimato. Suas músicas falavam por eles.
O legado estava pronto bem antes da morte: a imortalidade artística do que produziram e a múltipla influência sobre diferentes gerações.
E assim Bowie, Prince e George partiram. Sem paparazzi, sem espalhafato, sem bis. E muito antes da hora.