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Projeto Homens ao Mar |
CIA TRIPTAL ENCENA TRÊS PEÇAS DO PROJETO
HOMENS AO MAR NO TEATRO ARTHUR AZEVEDO
Cardiff, Zona de Guerra e Longa Viagem de Volta pra Casa, espetáculos do projeto HOMENS AO MAR, trazem ao público os primeiros textos do dramaturgo Eugene O’Neill (1888-1953). Com direção e
adaptação de André Garolli, a Cia. Triptal encena, pela primeira vez, as três
peças no Teatro Arthur Azevedo. O projeto tem o apoio do Prêmio Funarte
de Teatro Myriam Muniz, Programa de Ação Cultural e Programa Municipal
de Fomento ao Teatro e da Associação Cultural Casa das Caldeiras.
Concorra a ingressos para as peças
Depois de temporadas de sucesso de público e crítica, as peças do Projeto HOMENS AO MAR – Cardiff, Zona de Guerra e Longa Viagem de Volta pra Casa, da Cia. Triptal – entram em cartaz num único lugar. Do dia 12 de março a 4 de maio, os três espetáculos poderão ser conferidos no Teatro Arthur Azevedo. Zona de Guerra é o primeiro da série com a reestréia no dia 12 de março, quarta-feira, às 21 horas (até 30 de março – quartas e quintas-feiras às 21 horas). Na seqüência, dia 14 de março, às 21h30, volta aos palcos a peça Longa Viagem de Volta pra Casa (até 30 de março – sextas-feiras e sábados às 21h30 e domingos às 20 horas e de 5 de abril a 4 de maio – sábados às 21h30 e domingos às 20 horas). Cardiff reestréia dia 2 de abril e segue até 2 de maio, sempre as quartas e quintas-feiras às 21 horas e sextas-feiras às 21h30.
Com direção e adaptação de André Garolli e tradução de Fernando Paz, os espetáculos fazem parte do projeto HOMENS AO MAR, que contempla a tradução e montagem de quatro textos escritos entre 1914 e 1917 por Eugene O’Neill (1888-1953), que se consagraria com obras-primas como Longa Jornada de um Dia Noite Adentro.
Grande parte dos dramas escritos por O'Neill, na primeira fase de sua carreira, aborda a condição de homens que ele conhecia bem, especialmente aqueles ligados ao mar. “Com esse mote, nasceu o projeto HOMENS AO MAR, que contempla a tradução e montagem dos quatro textos escritos entre 1914 e 1917.A primeira montagem Cardiff – indicado para três prêmios Shell em 2006 – direção (André Garolli), direção musical (André Lima) e cenário - vencedor da categoria melhor cenário. Depois foi a vez de Zona de Guerra – vencedor do prêmio APCA na categoria Melhor Espetáculo Teatral em 2006 e indicado ao prêmio Shell na categoria especial: Equipe de preparação de atores do espetáculo. O terceiro texto Longa Viagem de Volta pra Casa estreou no fim de 2007 e será seguido por Luar Sobre o Caribe”, adianta André, que iniciou o projeto em junho de 2003, com o grupo de estudos formado por 30 alunos de vários cursos do grupo Tapa e com o apoio da Associação Cultural Casa das Caldeiras.
Universo de Eugene O’Neil
Como direção de trabalho, a Cia. Triptal buscou se pautar no estudo do universo de Eugene O’Neill e de questões concernentes aos textos escolhidos. O material levantado nessa etapa foi traduzido cenicamente por meio de exercícios aplicados ao grupo. O volume de material obtido em cada uma dessas investigações gerou uma bagagem vasta, rica de possibilidades para o jogo teatral. “Acreditamos em releituras onde a fantasia do autor possa inspirar discussões de questões contemporâneas, mergulhando em sua intertextualidade e emergindo com a atualidade dos textos”, afirma ele.
Os exercícios – entre eles, de clown, bufão, percepção, voz e corpo cênico – ministrados por profissionais de várias áreas, através de workshops que duram um mês ou durante todo o processo de ensaios e montagem. “Por meio da personagem do marinheiro comum, uma profissão que ecoa em nossa imaginação com as suas invocações de morte, desejo, esperança e solidão, procuramos criar uma dramaturgia cênica que consiga discutir essas questões humanas dos dias atuais”, conta Garolli.
Para a Companhia Triptal, o projeto HOMENS AO MAR agrega diversos artistas que têm como um dos objetivos trazer à cena textos escritos por Eugene O’Neill em seu período de formação. “Confrontar-se com o universo do mar e sua potência simbólica, lidar com a energia masculina, com o trabalho de coro e com a tragédia moderna são outros pilares do projeto. Queremos trazer à tona o amadurecimento do artista através de seus textos menos conhecidos, sem todo o acabamento dramatúrgico”, revela André Garolli.
Sobre Cardiff
Neste texto quase confessional, O´Neill trata dos sonhos e desejos dos marinheiros e dos limites impostos pelo contexto sociocultural, instaurando reflexões existenciais sobre a vida. Em uma viagem do navio mercante Glencairn, de Nova York a Cardiff, um marinheiro, Yank, acidenta-se gravemente. A impossibilidade de um tratamento adequado expõe a tripulação à agonia de seu par. Desta situação-limite, emergem questões sobre solidão, miséria, morte, desejo e amizade.
Para a Cia. Triptal, a recriação teatral do universo-navio foi o gatilho inspirador para a constituição de uma estética que promove uma aproximação diferenciada do público a temas que, embora atuais, possam parecer ultrapassados ao olhar contemporâneo. “O material contido neste curto texto de Eugene O’Neill, revela a lida do mar, os perigos, as tempestades, calmarias e o coletivo multicultural de onde emergem questões humanas relevantes. A solidão e a morte são condição intrínseca do viver e a solidariedade surge como necessidade do trabalho e alento para a caminhada humana”.
Sobre Zona de Guerra
A peça narra a história de um jovem que, fugindo de problemas em terra, se emprega num cargueiro da marinha mercante que contrabandeia munição dos Estados Unidos para a Inglaterra em plena Primeira Guerra Mundial. Quando entram na “zona de guerra”, a tripulação suspeita que o jovem seja um espião. A suposição é baseada numa misteriosa caixa preta em poder do rapaz.
“Escrito em 1916, Zona de Guerra pode ser lido como um grito contra a violência a que estamos sujeitos em momentos de medo e contra a possível queda do estado de direito em nome da segurança coletiva. Após a queda do World Trade Center e depois das ações de grupos organizados como o Primeiro Comando da Capital (PCC), a atenção dos meios de comunicação ao terrorismo e à violência ganharam espaço e questões como segurança, intolerância, desconfiança e privacidade impõem-se à reflexão”, explica Garolli.
Sobre Longa Viagem de Volta pra Casa
A Cia. Triptal encena a terceira parte do projeto, em que o autor revela a força do destino que vincula os homens ao mar. O texto aborda a questão da identidade individual e coletiva, e as ilusões que impedem o homem de estabelecer um contato direto com a realidade. Um deles decide abandonar a vida de marujo. Uma vez no porto, despede-se dos companheiros com festa e bebidas, mas a comemoração termina de forma inesperada.
“Álcool, prostitutas e ilusões são trocadas por dinheiro, num jogo de interesses aberto, onde o perigo é, ao mesmo tempo, o combustível que alimenta a vontade de viver das personagens e a condição primeira de sua luta pela sobrevivência”, adianta André Garolli. Para ele, o cais, espécie de purgatório, é o cenário onde esses homens evocarão as suas raízes na busca de um sentido de integridade para as suas existências.
Sobre Eugene O’Neill
Dramaturgo, nasceu em 16 de outubro de 1888 em um quarto de hotel na Broadway, em Nova York. Filho do ator James O’Neill e de Ellen Quinlan, Eugene passou grande parte de sua infância viajando pelos EUA durante as temporadas teatrais de seu pai. Abandonou a universidade de Princeton ainda no primeiro ano e foi trabalhar numa agência de entregas de postais. Apaixonou-se por uma garota chamada Cathleen Jenkins, com quem, contra a vontade do pai, se casou e teve um filho. Pouco viveu com a mulher, pois logo partiu para Honduras para trabalhar em uma companhia que procurava ouro. Na volta, divorciou-se e juntou-se à companhia teatral do pai por um curto período, pois, após um desentendimento, embarcou como marinheiro em um navio norueguês e partiu para Buenos Aires, onde teve uma vida bastante aventureira. Por volta de 1912, juntou-se de novo à família, na casa de praia, quando descobriu estar tuberculoso. A doença obrigou-o a uma internação no Gaylord Farm Sanatorium, onde se dedicou à leitura e apaixonou-se pela obra de Strindberg e Ibsen, que nele despertariam o impulso para escrever. Entre 1917 e 1918 escreveu várias peças, entre as quais destacam-se: A Longa Viagem de Volta, Na Zona, A Lua das Caraibas e Além do Horizonte. Longa Jornada de um Dia Noite Adentro foi sua última peça, cuja texto original foi dado a Carlota Monterey, sua última esposa, no seu décimo segundo aniversário de casamento. Ganhou os prêmios Nobel de Literatura, em 1936, e o Pulitzer pelas peças Além do Horizonte (1920), Anna Christie (1921), Estranho Interlúdio (1928) e Longa Jornada de um Dia Noite Adentro (1957), este último recebido quatro anos após a sua morte.
Para Roteiro:
PROJETO HOMENS AO MAR – De 12 de março a 4 de maio, no Teatro Arthur Azevedo. Com a Cia Triptal. Texto – Eugene O’Neill. Direção e adaptação – André Garolli. Tradução – Fernando Paz. Direção interpretativa – Lucia Gayotto. Direção de Produção – Carla Estefan. Ingressos – R$ 15,00 e R$ 7,50 (meia-entrada). Recomendado para maiores de 14 anos.
ZONA DE GUERRA – De 12 a 30 de março. Temporada – quartas e quintas-feiras às 21 horas. Elenco – Daniel Ribeiro, Roberto Leite, Guilherme Lopes, Kalil Jabbour, Bruno Feldman, Renaldo Taunay, Wagner Menegare, Pepe Ramirez e Alexsandro Santos. Trilha sonora – Eduardo Agni. Desenho de Luz – Nelson Ferreira. Figurinos – Wagner Menegare. Cenário – André Garolli e Wagner Menegare. Operação de Luz – Julaina Liegel e Nuno Bezerra. Operação de Som – Beth Rizzo. Preparação dos atores – Eduardo Agni (percepção), Tiago Antunes (corpo), Ricardo Rizzo (movimento), Bete Dorgam (clown) e Maria Sílvia Betti e Marco Antônio Guerra (teoria). Duração – 60 minutos. Capacidade – 50 lugares.
LONGA VIAGEM DE VOLTA PRA CASA – De 14 a 30 de março. Temporada – sextas-feiras e sábados às 21h30 e domingos às 20 horas. De 5 de abril a 4 de maio. Temporada – sábados às 21h30 e domingos às 20 horas. Elenco – Roberto Leite (Nick), Kalil Jabour (Joe), Bruno Feldman (Cocky), Guilherme Lopes (Driscoll), Wagner Menegare, Renaldo Taunay (Mal-encarado), Daniel Ribeiro (Olson), Pepe Ramirez (Ivan), Juliana Liegel (Freda), Malu Leiserovitch (Mag), Beth Rizzo (Kate) e Aline Reis (Sanfoneira). Direção Musical – Luiz Gayotto. Maquiagem – Beto França. Desenho de Luz – Nelson Ferreira. Figurinos – Wagner Menegare. Cenário – André Garolli e Wagner Menegare. Operação de Luz – Alexsandro Santos. Preparação dos atores – Eduardo Agni (percepção), Tiago Antunes (corpo), Edson Coelho (dança), Luciana Viacava (técnica de bufão) e Maria Sílvia Betti e Marco Antônio Guerra (teoria). Duração – 65 minutos. Capacidade – 60 lugares.
CARDIFF – De 2 de abril a 2 de maio. Temporada – quartas e quintas-feiras às 21 horas e sextas-feiras às 21h30. Elenco – André Lima, Daniel Ribeiro, Roberto Leite, Guilherme Lopes, Kalil Jabbour, Bruno Feldman, Renaldo Taunay, Wagner Menegare, Pepe Ramires, Alexsandro Santos. Direção Musical – André Lima. Desenho de Luz – Nelson Ferreira. Pesquisa Musical – André Lima. Cenários e Adereços – Cia Triptal. Figurinos – Cia Triptal. Operação de Luz – Nuno Bezerra. Orientadores – Daniel Ribeiro (dinâmica corporal), Luciana Viacava (técnicas de bufão), Rodolpho Padula (instrumentalização), Wagner Menegare (técnicas circenses), Roberto Leite (jogos teatrais), Eduardo Agni (percepção) e Tiago Antunes (corpo). Duração – 70 minutos. Capacidade – 50 lugares.
TEATRO ARTHUR AZEVEDO – Av. Paes de Barros, 955 – Mooca. Tel.: (11) 6605-8007. Acesso para deficientes físicos. Bilheteria – Abre uma hora antes de cada espetáculo. Estacionamento – 50 vagas gratuitas.
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