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Por que as novelas da globo não conseguem mais a audiência de décadas passadas?

As novelas da Globo marcaram gerações e chegaram a parar cidades no horário nobre. Porém, nos últimos anos a audiência já não repete os índices de décadas anteriores. Saiba os motivos!

29 dez 2025 - 17h00
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As novelas da Globo marcaram gerações e chegaram a parar cidades no horário nobre. Porém, nos últimos anos a audiência já não repete os índices de décadas anteriores. Esse movimento não ocorre de forma isolada. Afinal, ele envolve mudanças tecnológicas, novos hábitos de consumo de entretenimento e transformações no próprio modo de produzir e acompanhar dramaturgia. Hoje, o público tem mais opções, mais telas e menos tempo disponível, o que altera a relação histórica com o folhetim tradicional.

Ao mesmo tempo, a emissora continua sendo uma das principais produtoras de teledramaturgia do país, o que indica um cenário de reacomodação, e não de abandono completo das novelas. Entre plataformas de streaming, redes sociais e conteúdo sob demanda, a disputa pela atenção se tornou mais intensa. Nesse cenário, entender por que as novelas da Globo não repetem a audiência de décadas passadas exige olhar para fatores como tecnologia, comportamento do público, diversidade de histórias e formatos.

Hoje, serviços de streaming, canais pagos, plataformas de vídeo curto e até games competem diretamente com o horário da novela, especialmente entre os mais jovens – Reprodução/TV Globo
Hoje, serviços de streaming, canais pagos, plataformas de vídeo curto e até games competem diretamente com o horário da novela, especialmente entre os mais jovens – Reprodução/TV Globo
Foto: Giro 10

Por que a audiência das novelas da Globo mudou tanto?

A palavra-chave central é novelas da Globo, e o primeiro ponto a ser observado é a fragmentação da audiência. Nos anos 80 e 90, a televisão aberta concentrava grande parte do entretenimento doméstico, com poucas alternativas de canal e quase nenhuma possibilidade de assistir a conteúdo sob demanda. Hoje, serviços de streaming, canais pagos, plataformas de vídeo curto e até games competem diretamente com o horário da novela, especialmente entre os mais jovens.

Outro fator é a mudança na rotina das famílias. Jornadas de trabalho mais longas, deslocamentos demorados e múltiplas atividades à noite dificultam acompanhar um produto que vai ao ar sempre no mesmo horário. Mesmo quem gosta de folhetins muitas vezes prefere assistir capítulos gravados, resumos ou cenas soltas em plataformas digitais. Com isso, a novela continua sendo consumida, mas de forma pulverizada, o que impacta diretamente os índices tradicionais de audiência medidos em tempo real.

Como a tecnologia e o streaming afetam as novelas da Globo?

A expansão do streaming, especialmente a partir do final da década de 2010, alterou o padrão de consumo de séries e histórias seriadas. O público se acostumou ao chamado "maratonar", assistindo vários episódios de uma só vez, algo muito diferente do modelo diário e linear das novelas da Globo. Enquanto o streaming permite pausar, voltar e retomar quando quiser, a TV aberta ainda depende do horário fixo de exibição como referência principal.

Além disso, a mesma Globo passou a ofertar suas produções em plataformas digitais, como o Globoplay. Nessa lógica, parte do público migra da TV aberta para o ambiente online, reduzindo a audiência medida pelo Ibope, mas mantendo o interesse pela trama. A audiência, portanto, não desaparece completamente; ela se redistribui. Para o mercado publicitário e para os analistas, isso implica considerar não apenas os pontos de audiência, mas também o engajamento em diferentes telas.

  • Capítulos disponíveis para ver depois do horário original;
  • Possibilidade de assistir apenas melhores momentos;
  • Concorrência com séries estrangeiras e nacionais;
  • Conteúdo curto nas redes sociais competindo pela atenção imediata.

As tramas das novelas da Globo ainda dialogam com o público?

Outro debate recorrente envolve o conteúdo das tramas. As novelas da Globo se notabilizaram por abordar temas sociais, políticos e comportamentais, muitas vezes espelhando discussões do país. Atualmente, o público está mais segmentado em gostos e interesses, o que torna mais difícil criar uma história que agrade a uma faixa etária ampla, do adolescente ao público mais velho, como acontecia em décadas anteriores.

Em alguns casos, parte da audiência considera as tramas mais longas do que o desejado, especialmente em um contexto em que séries de streaming são mais curtas e objetivas. Há também uma multiplicação de nichos: novelas românticas, de época, policiais, dramáticas e cômicas disputam o interesse de grupos diferentes, dificultando repetir aquele modelo de "novela que o país inteiro comenta ao mesmo tempo". Isso não significa que não haja repercussão, mas sim que ela é mais localizada e segmentada.

  1. Maior diversidade de temas e gêneros, que agrada grupos específicos;
  2. Público mais crítico, que abandona rapidamente tramas que não interessam;
  3. Comparação constante com séries internacionais de alto orçamento;
  4. Discussões migrando para redes sociais, em vez de se concentrarem apenas na TV.
As novelas da Globo se notabilizaram por abordar temas sociais, políticos e comportamentais, muitas vezes espelhando discussões do país – Reprodução/Globo
As novelas da Globo se notabilizaram por abordar temas sociais, políticos e comportamentais, muitas vezes espelhando discussões do país – Reprodução/Globo
Foto: Giro 10

Quais outros fatores ajudam a explicar a queda de audiência?

Além da tecnologia e do conteúdo, há fatores ligados ao próprio mercado de comunicação. A publicidade se dispersou entre TV aberta, internet, influenciadores e plataformas digitais. Com isso, o investimento se divide e a pressão por grandes números na TV tradicional diminui, abrindo espaço para diferentes formatos. Ao mesmo tempo, a medição de audiência em 2025 precisa levar em conta TVs conectadas, celulares e computadores, o que muda a forma de avaliar o alcance real das produções.

Também é relevante considerar o envelhecimento do público tradicional de novelas. As novas gerações cresceram em um ambiente digital e interativo, em que é possível comentar em tempo real, escolher o que assistir e abandonar rapidamente conteúdos que não agradam. Para manter relevância, as novelas da Globo vêm testando linguagens, narrativa mais ágil, crossmedia com redes sociais e presença ampliada em aplicativos, numa tentativa de conciliar o modelo clássico do folhetim com as exigências do público conectado.

No cenário atual, a queda dos números brutos de audiência não significa ausência de impacto cultural. As novelas da Globo ainda influenciam debates, moda e linguagem, mas agora dividem esse espaço com muitos outros produtos audiovisuais. A tendência é que a teledramaturgia continue se reinventando, combinando TV aberta, streaming e redes sociais para manter o formato relevante em um ambiente de entretenimento cada vez mais competitivo.

Giro 10
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