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Festival Novas Frequências estreia em São Paulo na 'raça', diz criador

Evento de música experimental, que ocorre há 15 anos no Rio de Janeiro, terá banda japonesa de heavy metal e trio eletroacústico, entre outras atrações

8 dez 2025 - 05h42
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A primeira edição paulista do Festival Novas Frequências, dedicado à música experimental, começa nesta segunda-feira, 8, com apresentações no Teatro Cultura Artística, na região central da cidade, e no Sesc Avenida Paulista. Com 11 atrações, o festival, que ocorre há 15 anos no Rio de Janeiro, tem artistas de países como Brasil, Canadá, Japão, México e Chile.

Na abertura, no Cultura Artística (confira a programação completa), as canadenses Kara-Lis Coverdale, organista que transita entre música acústica e eletrônica, e Sarah Davachi, performer que investiga as relações sutis entre timbre e tempo. No dia 11, o mesmo teatro recebe o trio eletroacústicio Algol, formado por Christian Lillinger (Alemanha), Elias Stemeseder (Áustria) e Camilo Ángeles (Peru).

A banda japonesa de metal japonesa Birushanah
A banda japonesa de metal japonesa Birushanah
Foto: Birushanah/Divulgação / Estadão

No Sesc Avenida Paulista, no dia 9, o Los Thuthanaka, projeto colaborativo dos irmãos bolivianos-aymaras Chuquimamani-Condori e Joshua Chuquimia Crampton, artistas radicados nos Estados Unidos, usa estruturas sonoras não tradicionais em ritmos andinos.

A banda de heavy metal japonesa Birushanah também se apresenta no dia 9, no mesmo Sesc Avenida Paulista, que une heavy metal à percussão feita com panelas. Além do inusitado sonoro, chama atenção a inversão de curso - geralmente são artistas brasileiros que vão ao Japão, e a música japonesa é pouca divulgada por aqui.

Esta será a primeira vez que o trio formado em 2002, em Osaka, vem ao Brasil. Chico Dub, criador e curador do Novas Frequências, dá pistas sobre como será a apresentação da banda, que preserva o estilo 'garagem'.

"Posso afirmar com tranquilidade: o show deles é absurdo. Ocorreu no Rio de Janeiro no dia 3, e eu saí impressionado. É uma combinação genial de bateria com timbres metálicos que vem de panelas, com um tipo de rock bem pesado, meditativo, em câmera lenta mesmo", explica, ao citar a edição deste ano do Novas Frequências no Rio, que ocorreu entre os dias 3 e 7 de dezembro.

O curador traça um comparativo com uma das bandas de metal mais conhecidas no mundo. "É como se o Sepultura tivesse nascido no Japão aos pés de um templo budista".

Duas artistas brasileiras estão na programação. A flautista e pesquisadora Marina Cyrino, que atualmente mora em Berlim, na Alemanha, e se dedica à improvisação, e a harpista Marina Mello, radicada em Zurique, na Suíça, que explora paradoxos sonoros entre o silêncio e o ruído.

Festival 'na raça'

Dub afirma que, depois de 15 anos, no Rio de Janeiro, foi preciso trazer o festival "na raça" para São Paulo.

"Tentei isso por anos e anos trazer o Novas Frequências com o mínimo de recursos, estrutura e alcance de mídia , até que em algum momento eu desisti. Essa vinda agora — e totalmente na raça, aliás — tem a ver com os 15 anos. Achei que, mesmo com todas as dificuldades, a gente deveria fazer uma edição à altura, celebrando o fato de um festival de música experimental, sem concessões, completar essa marca e tanto", diz Dub.

Ele também está de olho no futuro. "Quem sabe, vindo pra cidade, fazendo o festival acontecer, mostrando pras pessoas como ele funciona e o quão maravilhoso ele é, a gente não consegue abrir caminho pra realizar outras edições aqui da forma como ele realmente deve ser feito".

O desafio é justamente mostrar que artistas que estão completamente fora do mainstream, fazendo música instrumental, podem atrair o público.

Para Dub, a explicação é fácil. "Pense na Bienal, nas pequenas galerias, nos museus, nos grandes centros culturais com exposições blockbusters. Existe um universo infinitamente vasto entre esses extremos, certo? Então por que, na música, tudo parece funcionar diferente? Por que só artistas mainstream e festivais de milhares e milhares de pessoas?", questiona.

A programação completa e os links para venda de ingressos, que custam entre R$ 18 e R$ 120, estão no site do Festival Novas Frequências.

Estadão
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