PUBLICIDADE

'O Fabricante de Lágrimas': 6 coisas que fazem o filme da Netflix ser uma bomba

Embora seja atualmente o filme mais visto da Netflix, O Fabricante de Lágrimas é uma das maiores bombas já feitas pela plataforma de streaming

10 abr 2024 - 13h12
(atualizado em 11/4/2024 às 17h50)
Compartilhar
Exibir comentários

O Fabricante de Lágrimas, longa-metragem italiano que desembarcou na última quinta-feira (4) no catálogo da Netflix, está longe de ser uma obra-prima. O romance jovem adulto com vibe dark, responsável por adaptar o livro de mesmo nome escrito por Erin Doom até conseguiu se sair bem na plataforma devido à sua base de fãs, mas entregou uma versão cinematográfica sofrível com problemas de estrutura e desenvolvimento.

Para quem ainda não viu a adaptação da Netflix e quer saber de antemão a avalanche de problemas que vem por aí, o Canaltech listou 6 coisas que fazem de O Fabricante de Lágrimas ser uma das maiores bombas já lançadas pela plataforma.

Longa-metragem da Netflix é protagonizado pela atriz Caterina Ferioli e pelo artista musical Biondo (Imagem: Divulgação/Netflix)
Longa-metragem da Netflix é protagonizado pela atriz Caterina Ferioli e pelo artista musical Biondo (Imagem: Divulgação/Netflix)
Foto: Canaltech

6. História para lá de confusa

Co-escrito e dirigido por Alessandro Genovesi, o longa-metragem de drama e suspense conta a história de dois adolescentes que moram no mesmo orfanato e são adotados por uma família amorosa, sacramentando uma relação de amor e ódio que já vinham alimentando há anos.

Embora alguns traumas de infância sejam apresentados no final do filme para justificar a maneira como se tratam, a relação do casal continua a ser confusa e tóxica, se resumindo na maior parte da história a serem grosseiros um com o outro ou se pegarem escondido pelos cantos da casa em que agora estão morando.

Nem o amor ou o ódio que sentem é explicado de maneira convincente para o público e a analogia da lenda de o fabricante de lágrimas que usam para descrever a relação é apresentada de um jeito sem pé, nem cabeça.

5. O que aconteceu com a edição e montagem?

Não é preciso entender muito de cinema para perceber que há algo de errado com as cenas que aparecem no filme. Além de muitas delas não fazerem sentido com o que foi mostrado anteriormente, elas deixam evidente que algo foi excluído entre as imagens, como se pedaços da história tivessem sido cortados na pós-produção, ainda que a sequência fosse essencial para que entendêssemos o que estava acontecendo.

Até seus dezessete anos, casal de jovens vive em um orfanato (Imagem: Divulgação/Netflix)
Até seus dezessete anos, casal de jovens vive em um orfanato (Imagem: Divulgação/Netflix)
Foto: Canaltech

Diferente de outros longa-metragens que usam esse recurso de "esconder' momentos da história para que o telespectador preencha aquelas lacunas com a sua imaginação, aqui claramente há cortes problemáticos, que deixam a audiência confusa, sem saber como a trama caminhou do ponto A para o ponto B.

4. A pressa é inimiga do aceitável

Todo esse estranhamento na edição e montagem do filme, no entanto, parece fazer parte de um problema ainda maior: a correria que O Fabricante de Lágrimas tem para contar sua história.

Desde suas primeiras cenas, o filme parece correr para apresentar os personagens, explicar o que está acontecendo e partir logo para o centro da ação. O problema é que, nem quando chegamos lá, esse ritmo diminui e tudo vai sendo jogado na tela sem muita explicação. A não ser, é claro, as cenas mais quentes do título — essas, sim, parecem ser sido feitas com toda a calma do mundo.

Além do desenvolvimento apressado, essa ânsia de acabar o longa-metragem com 1h40 de duração faz com que muitas histórias paralelas nem sejam resolvidas, como é o caso da relação de Nicky e Sveva que é simplesmente esquecida e fica como uma grande ponta solta.

3. Efeitos visuais quebram imersão

Embora o filme não tenham muitas cenas que precisem de CGI, o começo do longa-metragem conta com alguns efeitos visuais sofríveis, especialmente quando ocorre o acidente dos pais de Nica e um lobo ronda o carro em que eles estavam.

Em O Fabricante de Lágrimas, Nica é adotada quando completa dezessete anos (Imagem: Divulgação/Netflix)
Em O Fabricante de Lágrimas, Nica é adotada quando completa dezessete anos (Imagem: Divulgação/Netflix)
Foto: Canaltech

Em outro momento, quando o casal de protagonistas, já jovens, são levados por sua nova família adotiva, as cenas em movimento na janela do carro quebram totalmente a imersão, parecendo colagens mais feitas, que lembram técnicas de manipulação digital de filmes antigos.

2. Diálogos nada naturais

Não há dúvidas de que os diálogos de O Fabricante de Lágrimas são um show (de terror) à parte. Embora seja visível que os atores estejam se esforçando para levar as cenas a sério — e as atuações, inclusive, sejam um dos pontos mais razoáveis do filme —, os diálogos são todos forçados, nunca soando verdadeiramente naturais.

As conversas entre Nica e Rigel são de longe as piores da trama, sempre cheias de silêncios que deveriam exalar tensão e paixão, mas soam apenas desconfortáveis. Há pausas esquisitas na maioria dos diálogos travados entre o elenco — como se o filme quisesse a todo momento passar uma aura de mistério — e o texto, por si só, é sempre truncado, nunca parecendo uma conversa normal que dois jovens ou pais adotivos e seus novos filhos teriam.

Os atores mais amados pelo Brasil Os atores mais amados pelo Brasil

1. O que dizer da caracterização de Rigel…

Essa vontade de emular uma sensação de mistério e vibe sombria (que lembra em vários momentos Crepúsculo) é depositada, principalmente, no personagem de Rigel, que ganha uma "caracterização" bem caricata.

Além de aparecer de maneira excessivamente pálida, o personagem está sempre cabisbaixo, com o cabelo caindo e encobrindo os olhos. Coincidentemente, ele só tende a olhar com firmeza para Nica nas cenas em que aparece sem camisa, sendo no restante do tempo uma figura exageradamente retraída e incompreendida.

Trending no Canaltech:

Canaltech
Compartilhar
Publicidade
Publicidade