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Carnaval de SP terá tenda da PM para atender exclusivamente mulheres vítimas de crimes sexuais

Iniciativa inédita visa proteger foliãs de qualquer tipo de abuso durante os dias de folia; atendimento será feito só por policiais do sexo feminino

3 fev 2024 - 00h07
(atualizado às 07h55)
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Bloco de rua Bangalafumenga no pré-carnaval de São Paulo
Bloco de rua Bangalafumenga no pré-carnaval de São Paulo
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra

A partir deste sábado, 3, e até o fim do período de carnaval, no dia 18, a Polícia Militar de São Paulo vai oferecer, durante os desfiles dos blocos, um espaço especial para atender vítimas de crimes sexuais. É a primeira vez que uma iniciativa desse tipo é adotada pela PM paulista. A tenda contará com policiais militares mulheres para receber o público feminino.

"A abordagem vai ser a mais sensível possível, por causa da situação que não é fácil para a vítima. Vamos conversar sobre o que aconteceu e verificar a situação para prosseguir com a ocorrência", afirma a capitão Daniella Fernandes Okada, responsável pelo policiamento no Parque do Ibirapuera, na zona sul da capital. A região é um dos circuitos dos megablocos, concentrando milhares de pessoas durante os oito dias de desfile.

A tenda nessa região será montada na Avenida Pedro Álvares Cabral, próxima à Assembleia Legislativa. As vítimas de importunação ou outros crimes sexuais podem ir ao espaço para denunciar. Os policiais também foram orientados a encaminhar aos locais casos flagrados durante as rondas. Nas tendas, as vítimas receberão atendimento especial e direcionamento para o registro da ocorrência.

A cabo Stephanie de Lima é uma das policiais que vão atender os casos. "A gente consegue entender na pele o que as foliãs estão passando no momento, porque também somos mulheres. Infelizmente, sabemos que acontece. Vamos escutar o que ela tem para contar e, a partir daí, tomar as providências", diz.

O coronel Renato Lopes Gomes da Silva, comandante do Comando do Policiamento de Área Metropolitana 2 (CPA/M-2), ressalta que é a primeira vez que a Polícia Militar faz esse tipo de acolhimento. "É uma mensagem clara para todas as pessoas que, se eventualmente acontecer um crime, nós estamos prontos para atendê-las".

Segundo a PM, o beijo roubado ou um toque sem permissão podem caracterizar o crime de importunação sexual. Gestos obscenos também podem ser denunciados e, dependendo da gravidade, o agressor pode sair preso do local. "Se a mulher não denunciar, vai continuar acontecendo. Quando a gente consegue coibir esse tipo de comportamento, mostra que não está passando batido. As pessoas vão adotando condutas mais adequadas", afirma a capitão Daniella.

A partir deste sábado, 20 mil policiais (15 mil militares e 5 mil civis) estarão nas ruas do Estado de São Paulo, com 6 mil viaturas, participando da Operação Carnaval 2024. A ação também terá auxílio de drones, helicópteros e embarcações. A Operação Carnaval se estende até o dia 18, com reforços durante os desfiles de blocos de rua e das escolas de samba. Além do atendimento nas delegacias, os policiais civis trabalharão em ações de inteligência, com a utilização de veículos à paisana, drones e helicóptero.

Além dos policiais a pé circulando por locais estratégicos, a segurança terá agentes à paisana para observar atitudes suspeitas e evitar crimes, avisando a central de operações.

Estadão
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