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Lual

 

Rodrigo Jardim, 15 anos - Brasília

Lual, cidade litorânea a 100 km do Rio de Janeiro, pacata e desconhecida à grande maioria de turistas, apesar de sua beleza. O inverno frio castigava os habitantes, e nos jardins que cercavam a areia da praia, o cheiro de grama e flores queimadas pelo degelo e orvalho infestava o ar.

Priscila morava com os seus pais no prédio em frente da praia e nunca perdia a chance de uma volta no calçadão, olhando para o mar e pensando no que quer que seja.

A noite já cobria o turbulento e resoluto mar, e Priscila sentada na areia não mais que há 2 metros do portão do seu prédio, estava submersa em pensamentos e observando as ondas que se quebravam na enseada.
Os seus pensamentos estavam voltados aos seus planos para o futuro e o que fazer com os seu poderes, capazes de coisas inimagináveis. Os seus pais eram os únicos que sabiam de seus poderes, fora a sua irmã.

A decisão estava feita, a conversa com os pais na manhã desse mesmo dia antes da escola e o desejo então saciado pela conclusão dos pais em deixar Priscila usar os poderes para ajudar a sociedade na medida que ela pudesse ajudar. Duas condições foram impostas, que ela continuasse com os estudos e a ninguém revelasse a sua identidade.

Priscila, ligeiramente tocando os cabelos, colocou a máscara azul e prata, escondendo o lindo rosto. Estava tudo certo, com todo o traje, e começou a flutuar.

No ar, devagar, fechou as mãos e com toda a força, gerou uma combustão de partículas que iluminaram a deserta rua. Deslocou, a fogo gerado pela combustão, a uma das palmeiras da praia que logo se incendiou. Levitou-a e jogou-a no mar. Estava pronta para qualquer desafio.