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Diário da Filmagem
23/06/99 - Quarta-feira
Nada
como um dia depois do outro. Todos os efeitos especiais, que ontem saíram falhados
na origem ou com problemas na execução, hoje funcionaram perfeitamente. Primeiro
a camisa que explode três vezes, desta vez sem papel nem fumaça, depois a zarabatana,
que atira uma cápsula de cera que contém sangue e explode na testa do pobre vivente,
tudo saiu como queríamos, inclusive em câmara lenta. Filmamos os planos que ontem
não funcionaram cem por cento, e os de hoje, na seqüência, também valeram desde
a primeira tomada. Os especialistas em efeitos se redimiram. Ainda bem. Antes
do meio-dia, a encrenca maior estava superada. Ainda tivemos o luxo de repetir
dois planos de ontem, que eram apenas aceitáveis, até que ficassem perfeitos.

Depois do almoço, tínhamos
que fazer o diálogo entre Márcia (Maitê Proença) e Juvenal (Werner Schünemann),
apenas três planos. Antes das quatro tínhamos feito os dois primeiros, com muito
sangue artificial. O último, contudo, segundo o roteiro, deveria se passar no
crepúsculo, ou conforme reza a lenda, na "hora mágica", entre o dia e a noite,
quando tudo tem um brilho especial. Pra complicar, era um plano de grua, com
figuração, que exigia um sincronismo complicado entre a câmara e os personagens.
Mas tínhamos tempo para ensaiar, o que fizemos por mais de uma hora.
Depois,
sentamos e esperamos o Alex dizer que a luz estava boa, o que aconteceu pelas
cinco e meia. Rodamos o plano cinco vezes, e na quinta tomada todos ficaram satisfeitos.
O plano merecia essa preparação: é o último da história Teodoro/Márcia/Juvenal.
Depois dele, só resta o epílogo, que também está filmado, desde a semana passada,
lá em Gramado. Terminamos o dia combinando a viagem de amanhã, rumo a São Lourenço.
E torcendo que o sol continue a brilhar, cada vez mais tolerante com o inverno
que avança sobre o Rio Grande.
Acompanhe o dia-a-dia das
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da Câmara.
CAPA
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