Diário da Filmagem

13/06/99 - Domingo

Mais um dia de estúdio, de volta à sala de Anamaria. Como no sábado havíamos cumprido fielmente o cronograma, só faltava rodar a chegada de Júlio com o apartamento vazio e interditado pela polícia, uma das últimas cenas do filme. A marca de um corpo no chão, feita com fita crepe pelo Fiapo, dá o clima de suspense de toda a seqüência. Não foi difícil. Como tínhamos tempo, discutimos bastante duas alternativas de decupagem e acabamos filmando as duas. Depois, na montagem, escolhe-se uma delas. Melhor ter sobrando que faltando.

Júlio recebe uma mensagem pelo celular e senta no computador de Anamaria para entrar na internet. A internet, aliás, tem um papel importante no filme, que não dá pra adiantar muito nesse diário, sob a pena de entregar alguns segredos do roteiro. Mas pode-se dizer que todos os personagens principais, de uma forma ou de outra, têm suas vidas influenciadas por ela. O computador de Anamaria é um Mac. O de Júlio é um PC. Isso significa alguma coisa? O Fiapo, diretor de arte, sorri e diz que Anamaria tem um computador cujo marca é uma maçã, que significa desejo. E quem olhar direitinho vai ver uma pequena cobra de brinquedo sobre o monitor. Diretores de arte sempre têm explicação pra tudo. Se não têm, inventam na hora.

Nos intervalos das filmagens, a pedida era olhar a paisagem no rio Guaíba. O dia amanheceu fechado por uma forte cerração, mas, pouco a pouco, o sol foi aparecendo. O Jamonot, nosso maquilador, até aproveitou para pescar! E, por incrível que pareça, pegou um pintado pequeno e um jundiaí de tamanho médio. Os dois foram devolvidos para a água, porque ninguém tem coragem de comer o que nada por aquelas águas escuras e poluídas. Pena.

Terminamos de filmar às seis da tarde e ainda fizemos alguns testes para determinar a melhor maneira de filmar, na tela do computador, as mensagens trocadas pelos personagens. Próxima parada, a partir de terça-feira: Gramado, onde vamos rodar as cenas da casa de campo do casal Márcia-Júlio, novamente com a presença de Maitê Proença. Mas desta vez sem cachoeiras. No máximo um banhozinho de mangueira. Amanhã é foooooolllgaaa.

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