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Diário da Filmagem
11/06/99 - Sexta-feira
Cheguei
no set bem cedo, antes dos atores, pra pensar mais uma vez no que iríamos rodar.
Seqüências de sexo sempre são perigosas: antes de fazer, parecem fáceis e até
agradáveis; chega na hora, muitas vezes ficam complicadas e constrangedoras.
Mas a atriz Maria Ribeiro já tinha matado a questão numa conversa do dia anterior:
uma cena assim não deve ser encarada como algo nem "mais", nem "menos", importante
do que é.
Tínhamos
uma tarefa: fazer uma cena muito quente e verossímil. Trabalhamos para isso das
dez da manhã à uma da tarde, sem intervalos. O resultado? Só saberemos exatamente
quando o filme estiver pronto, mas material não vai faltar. Fizemos mais de três
rolos, pelo menos 16 minutos de imagem, para uma cena que deve durar de 2 a 3
minutos.
Como,
numa cena assim, o diretor (eu) fica falando coisas para os atores com a câmara
ligada, o som direto fica um pouco prejudicado, de modo que, após o almoço, fizemos
uma divertida sessão de gritos e sussurros (mais alguns tapinhas) em volta do
microfone.
Na seqüência, filmamos a despedida
de Júlio, uma cena meio triste, cheia de silêncios, com um clima oposto à da
transa. O ritmo de trabalho caiu um pouco, provavelmente pelo desgaste emocional
da manhã, mas conseguimos terminar tudo às seis da tarde. E assim concluímos
mais uma cenário – o quarto de Anamaria. Com a equipe e o elenco cansados, decidimos
apenas planejar a filmagem de amanhã, para que a luz seja feita o mais rápido
possível. E deu pra nós.
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da Câmara.
CAPA
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