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Ruiz cria thriller psicológico em Genealogias de um Crime
Genealogias de um Crime é um thriller psicológico com elenco de primeira e uma história verídica. O diretor Raoul Ruiz se inspirou num caso real da psicanálise e transpôs a história para a França de hoje.
 Deneuve vive dois papéis |
O jovem René
(Melvil Poupad) vai a julgamento por ter assassinado sua tia Jeanne (a
esplendorosa Catherine Deneuve). A advogada Solange, também interpretada
por Deneuve, tenta provar à Corte que seu cliente foi a vítima,
não o agressor. Sua teoria: a tia teria
condicionado seu sobrinho a tornar-se um assassino para provar
sua teoria e obter reconhecimento.
Genealogias
de um Crime não é um dos melhores filmes de Ruiz, mas
vale pela interpretação intensa
de Catherine Deneuve e por Michel Piccoli, que faz uma ponta
como o psicanalista mentor de Jeanne.
Talento sobreviveu à repressão
O chileno Raoul Ruiz foi um dos mais produtivos cineastas da era Allende. Em 1968, ele venceu o Grand Prix de Locarno com seu primeiro filme, Très Tristes Tigres.
Seis anos depois, perseguindo pelo regime Pinochet, ele emigrou para a França, onde fincou raízes profissionais e se mantém até hoje, apesar da abertura política em seu país.
Em Genealogias de um Crime, Ruiz se inspirou no trabalho de uma psicanalista vienense. Há 100 anos, Hermine Hellmut Von Hug foi uma pioneira no estudo da moderna psicologia infantil.
Ela afirmava com veemência que a personalidade de um adulto já estava completamente formada e era até reconhecível aos cinco anos de idade. Sua teoria provou ser verdadeira da mais violenta forma. Seu sobrinho, que ela identificara como um assassino nato quando criança, a matou assim que atingiu idade suficiente para fazê-lo. (Cássia Borsero)
