Diário das filmagens
 

Quinta, 19 de agosto de 2004

Chuva e perucas coloridas

Por causa da chuva, o primeiro dia da quarta semana de filmagens teve mudança de cronograma. Seria o dia de fazer as cenas da fachada do prédio de Cátia e da sua viagem à Nova Itália. Mas, a equipe teve que voltar ao estúdio, onde foram feitas as cenas da discussão entre Valdo/Bruno Garcia e Cátia/Maria Fernanda Cândido no camarim do estúdio de Valdo.

Confira as fotos dos bastidores!

O cenário era simples: um espelho com luzes de camarim, roupas nas araras (todas do acervo da Rô Cortinhas) e muitos adereços. Inclusive, várias perucas de todos os formatos e cores, que foram a sensação do dia. Entre uma preparação de cenário e outra, o pessoal começou a experimentá-las e virou uma farra. Era todo mundo de peruca, até a diretora assistente, Ana Luiza, que usava uma peruca de penas cor-de-rosa. O diretor perguntou brincando: “Quando terminar o desfile de moda podemos voltar a filmar?”. “Este é o set de filmagem mais tenso que eu já vi!”, ironizou o diretor de fotografia. “Acho que se houver um mínimo de tensão aqui, a gente não vai saber trabalhar”, arrematou Ana Luiza.

E assim que ficou pronto o cenário do quarto de Veronese, Gerbase soltou o já famoso “Tamo por quem?”. “Tamo pelo babyliss da Maria Fernanda, como sempre?”, completou. Só que dessa vez não foi o babyliss, o cabelo de Maria Fernanda já estava pronto.

E a equipe da arte e da cenografia está se aprimorando a cada dia. No cenário do quarto de Veronese, Pierre Olivè, o produtor de arte, colocou mais de 600 livros na estante. A aioria, escolhidos a dedo. “Tem muitos livros do Gerbase, alguns meus e outros foram emprestados pelo Beco dos Livros”, diz Pierre. “A maioria é sobre cinema, arte, vídeo e fotografia, como os do Helmut Newton. Mas, como a vida das pessoas não é feita só de enciclopédia e livros de arte, tem também alguma literatura espalhada”, completa. Na cena, Cátia abre um baú e encontra algumas latas de filme. As latas da cena são filmes de verdade, realizados pela Casa de Cinema de Porto Alegre, mas o filme que Cátia põe no projetor se chama “Aurora” e foi realizado por Veronese. Ou melhor, por Gerbase na pele de Veronese.

A fábrica de cenários não pára em Sal de Prata. Seu Vilson Mendonça, chefe dos cenotécnicos, disse que está um pouco atrasado na montagem do cenário da sala de Cátia. “Para mim não é bom quando eles ficam muitos dias no estúdio, pois enquanto estão filmando tenho que ficar parado, não dá pra fazer barulho. Eu tinha cinco dias pra desmontar e montar um cenário e agora só vou ter três”, reclama ele. Mas o cenotécnico, agilizado que é, tem tudo organizado. O cenário do restaurante japonês, por exemplo, já foi executado e agora é só montar quando for preciso. Seu Vilson, que também trabalha com restauração de portas antigas e participa de feiras de antiguidades, diz que adora trabalhar com a Casa de Cinema: “A Nora e esta equipe são o máximo”. A equipe de arte conta com doze integrantes.

PS: A mãe de Maria Fernanda veio visitar o set de Sal de Prata e conferir o trabalho da filha.