O dia foi agitado para os funcionários do cemitério que serviu de locação para Sal de Prata hoje. Acostumados com a tranqüilidade costumeira dos que descansam em paz naquele local, a equipe e o elenco mudaram a rotina deles. Seu Hamilton, que trabalha na segurança disse que estava achando tudo ótimo: “A realidade do dia-a-dia aqui é bem mais triste e, além do mais, cultura é cultura, sempre é bom”.
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Já seu Vilmar, que viu no mesmo local as filmagens de Anchietanos (capítulo da série para tv Comédias da Vida Privada), comentou que acompanhou a escolha da locação junto com o diretor do filme: “Andei com Gerbase por aqui antes das filmagens começarem”. Mais à vontade, observou: “A Camila Pitanga está numa soneira só. Não parou de bocejar!”, ri.
O cemitério escolhido para as cenas do velório e enterro de Veronese / Marcos Breda é um dos mais bonitos da cidade, conhecido também por abrigar restos mortais de gaúchos famosos – como o compositor Natho Henn – e por sua arquitetura vertical.
O primeiro dia da segunda semana de filmagem reuniu um grande elenco, muitos participando do filme pela primeira vez. É o caso de Bruno Garcia, que chegou ontem a Porto Alegre para interpretar o cineasta Valdo. Os atores Sérgio Lulkin, Roberto Birindelli, Janaína Kremer, Carla Cassapo, Marcelo Aquino, Abramo Petry e Felipe de Paula também fizeram hoje suas primeiras cenas. Lulkin, que interpreta Geraldo, o cineasta presidente da APCG, a associação fictícia dos cineastas gaúchos, trabalhou recentemente em outra produção da Casa de Cinema de Porto Alegre, Meu Tio Matou Um Cara, do diretor Jorge Furtado. Disse que é muito bom ter um novo projeto acontecendo: “É legal começar a trabalhar num dia que concentra tanta gente. E eu não trabalho com o Gerbase há exatos vinte anos, quando atuei em Verdes Anos (1984), dirigido por ele. Achei isso simbólico.”, observa Lulkin. Nelson Diniz/JB e Júlio Andrade/Holmes, é claro, também estavam no enterro do amigo. Só faltou mesmo Marcos Breda, por motivos óbvios.
As filmagens de hoje contaram com participações especiais da própria equipe, além de dois funcionários do cemitério, que carregaram a coroa de flores. A diretora assistente, Ana Luiza Azevedo e a figurinista Rô Cortinhas fizeram uma ponta no velório de Veronese. Ana Luiza assina o livro de participação, colocado na porta de entrada da sala de velório. O livro, na verdade, era uma cópia do roteiro de Sal de Prata, com a seguinte frase escrita em uma das páginas: Bem-vindo ao chorinho!
