Mais um dia de longa jornada para a equipe de Sal de Prata, que começou no final da manhã com as filmagens da morte de Veronese dentro da ambulância. Veronese sofre um ataque cardíaco na assembléia da associação de cineastas e morre antes de chegar ao hospital. A equipe colocou a ambulância dentro do estúdio e acoplou roldanas nas rodas dianteiras do automóvel, para simular o movimento de uma ambulância em disparada ao hospital. A câmera foi instalada dentro do automóvel, pela porta lateral. Lâmpadas especiais foram montadas também.

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A cada sinal de “Ambulância!”, dado pelo diretor Carlos Gerbase, um grupo formado pelos 16 homens mais fortes da equipe, empurrava a ambulância em meia-lua, de um lado para o outro, sob o comando do “maestro” Breno Rizzon, maquinista-chefe. A cada plano filmado, o grupo de força batia palmas no final. As roldanas deveriam ter sido instaladas nos quatro pneus do veículo, mas a ambulância era muito pesada. “Isso exigiu maior esforço da gente para empurrar o carro, mas o efeito saiu igual”, afirma Ricardo Luz.
Marcos Breda passou boa parte do tempo deitado na maca dentro da ambulância, com todos os aparelhos médicos ligados ao seu corpo. Até choque levou. Cátia e o médico não desgrudaram de Veronese um só minuto. Maria Fernanda Cândido ficou segurando a mão de Breda o tempo todo. A técnica em enfermagem, Adriana, que havia participado no primeiro dia da cena da ambulância, estava firme no papel e desempenhou também a função de orientar a equipe sobre os procedimentos médicos reais que devem ser tomados numa hora dessas. Tudo muito verídico, e o estúdio parecia uma produção da série americana para televisão ER (Plantão Médico).
E Veronese, morre ou não morre? “Hoje ele morre de qualquer jeito! O problema é que vamos ter de ressuscitá-lo rapidinho depois, pro Breda terminar de filmar as cenas do seu personagem”, diz Breno. “Morre sim, mas pela cara de pavor, o médico vai morrer junto”, diz o assistente de microfonia Douglas.
“Esta cena é a delícia do editor de som”, diz o diretor Gerbase. É que na edição de som, serão acrescentados os barulhos do trânsito, sirene de ambulância e muitos outros sons.
Às 16h, terminadas as filmagens em estúdio, Maria Fernanda viajou para o Rio de Janeiro e a equipe se deslocou com Marcos Breda até a fachada da casa de Veronese novamente, para terminar os planos de Veronese saindo de casa para ir à assembléia dos cineastas. Elogios à equipe dos maquinistas e eletricistas, que montaram travelling e iluminação para esta cena em menos de quinze minutos. A filmagem só demorou um pouco mais por conta do jantar da equipe. Dessa vez, todo mundo comeu na rua, ao ar livre novamente, mas o cardápio era sanduíche.
Depois, outra locação, uma praça no centro da cidade, para fazer a cena de Veronese saindo da lotação para entrar na assembléia. A equipe chegou lá na hora do rush, muita movimentação de pedestres e a montagem do set demorou um pouco por conta das luzes especiais que foram instaladas na lotação. Apesar da preparação longa, o primeiro plano filmado já valeu, e pronto. As filmagens terminaram às 21h30min e a equipe encerrou com chave de ouro a penúltima semana de filmagens de Sal de Prata. Alguns foram correndo para o show do Rappa, aproveitar todos os minutos desta quinta-feira de folga.