Gadjo Dilo
Gadjo Dilo significa "estrangeiro louco" em língua cigana. O filme conta a história de um francês que viaja pelas planícies da Romênia em busca de uma cantora que seu pai adorava. Mas ao invés da cantora ele encontra Izidor, um cigano louco que o adota como filho, porque o próprio está na prisão. Quem é o "estrangeiro louco"? Depende somente do ponto de vista.
Uma das coisas que funciona bem no filme é que, assim como a vida cigana, ele é uma caixa de surpresas, nunca entediante. Depois da chegada, Stephan se apaixona por uma cigana e o romance é tratado de uma forma super poética.
Como
história paralela, ele conta como os romenos e os ciganos se odeiam.
Mas tudo isso tem um tratamento honesto e não paternalista, piegas.
O diretor optou por não contar uma história de como os ciganos
são bons, os romenos racistas em relação a eles,
e os franceses homens brancos que estão observando duas culturas
estrangeiras.
O ponto de vista é de como os ciganos e os romenos vivem em conflito permanente, ambos estão errados, e este homem francês branco passa a fazer parte de uma outra cultura, vendo ela de dentro, não de fora. No final dos anos 90, quando a regra e tratar tudo politicamente esterilmente correto, e estimulante ver um olhar mais profundo.
Gadjo Dilo - França, 1997, 100min. De Tony Gatlif. Com Dan Astileanu Ovidiu, Balan Romain Duris, Rona Hartner, Izidor Serban.
Bárbara Kruchin
é artista plástica e aficcionada por cinema. Ela é brasileira,
mas mora em Nova Iorque desde 1991, onde cursou a School of Visual Arts.