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Central do Brasil e A Vida é Bela comovem público

Fernanda Zaffari, direto de Los Angeles

Foi uma experiência interessante. Ir a uma das nove salas de cinema de Los Angeles que estão exibindo Central Station, o nosso Central do Brasil, com legendas. No shopping localizado no bairro de classe média alta de West Hollywood, há quatro salas, onde estão sendo exibidos, além de Central, A Vida É Bela e Elizabeth. O gerente do cinema, Sheldon Morly, alegremente informou que Central Station está em cartaz há dois meses, com quatro sessões diárias, e que nos finais de semana tem lotado todas as sessões. Sheldon não assistiu ainda ao filme brasileiro, mas já formou a opinião de que se trata de um excelente filme: "Todos saem emocionados e gostam muito".

Esta é a primeira vez que o cinema exibe um filme brasileiro. Mas os filmes de arte latinos sempre impressionam o público americano. Sheldon afirma que o público de Central não é na sua maioria constituído por latinos, mas por americanos. Também revela que A Vida É Bela está em cartaz há três meses, com um público semelhante ao de Central do Brasil. Segundo o gerente, não há como comparar a reação do público nos dois filmes: "Central é bem mais escuro e triste, mas o público gosta dos dois".

Na saída dos espectadores, foi fácil comprovar que Sheldon estava certo. Stewart Wykopf e sua mulher, Brenda, disseram que A Vida É Bela foi o melhor filme a que já assistiram, tocante, poético e triste. Acham que não vai haver festa brasileira no domingo porque o filme italiano é favorito.

Comentando Central do Brasil, outras quatro pessoas, todas idosas, foram unânimes em apontar o longa brasileiro como extraordinário e sério candidato ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Nenhuma delas conhecia Fernanda Montenegro antes de assistir ao filme, mas o trabalho da atriz arranca expressões entusiasmadas como "she is fantastic" ("ela é fantástica!"). Victoria Neave achou o filme "tocante", por mostrar uma parte do mundo que ninguém conhece. Para ela, a interpretação de Fernanda Montenegro é nada menos do que soberba.

A tradução americana do título, sem a palavra Brasil, também vem causando confusão entre os americanos. Cornie Bernstein achou o filme extraordinário, mas perguntou se não tinha sido feito na Argentina. Sua amiga, Terry Tyer, elogiou a  interpretação de Vinícius de Oliveira. Apesar de todo o sucesso do filme junto ao público, Sheldon Morly adianta que o futuro de Central do Brasil nas telas norte-americanas está diretamente ligado ao resultado do Oscar: "Se não ganhar algum prêmio, deve sair de cartaz em duas semanas. Mas se ganhar, sua carreira será longa e muito mais gente se interessará por ver o filme. Espero que ganhe".

* Com comentários de Marco Antonio Campos, presidente do Clube de Cinema de Porto Alegre.



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