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Festival de Gramado 98

Pouco mais que simpáticos

A expectativa para Los Zafiros, o primeiro musical apresentado no festival, foi grande. A história do quarteto cubano, que saiu dos subúrbios de Havana para cantar no Olympia de Paris em pouco mais de quatro anos, construindo sua carreira ao longo de um dos momentos mais conturbados da vida cubana, certamente serviria para se produzir um grande filme.

O que se viu na noite de terça, entretanto, se não foi uma desafinação completa, foi algo como um filme meia-boca. O diretor Manuel Herrera, talvez influenciado pela adoração que devota ao grupo, preferiu explicar o sucesso dos Zafiros por meio da mágica da junção das vozes.

Eles se encontram, superam suas divergências, chegam ao topo, brigam, se separam. De onde vieram? Qual a relação com os outros grupos? Era um som “americanizado” ou não? Suas vidas mudaram com o sucesso? Como o severo controle do governo interferia (ou não) no som do grupo? Nada disso é explicado.

Podem-se contar pelo menos duas cenas inconclusas. Por exemplo, quando Los Zafiros triunfam em Paris, a proposta para se apresentar nos Estados Unidos é recusada sem maiores explicações pelo líder do grupo, Miguel, e os outros componentes não levantam a voz.

Recursos interessantes, como intercalar fotos e imagens dos verdadeiros Zafiros em ação, são usadas de maneira tímida demais. O forte são as vozes originais dos Zafiros, dubladas pelos atores.

A alegria dos calipsos, os gorjeios do tenorino Ignacio, o doce charme dos terninhos cortados à la anos 60, e até a deformação da imagens na tevê preto e branco, tornam os 113 minutos de filme simpáticos, mas não mais que suportáveis. (Renato Mendonça - Agência RBS)

  

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