Obessessão sexual domina O Tédio
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O livro homônimo do italiano Alberto Moravia é o ponto de partida de O Tédio, drama de Cédric Khan ganhador do prêmio da crítica francesa e um dos destaques da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em 1998. Diretor e roteirista, Khan foi aclamado já em seus dois primeiros longas, Bar des Rails (1992) e Cheio de Felicidade (Trop de Bonheur/1994), que levou o prêmio Jean Vigo no Festival de Cannes.
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Os descaminhos do desejo e a obsessão sexual são o mote de O Tédio. Martin (Charles Berling) é um professor de filosofia com problemas pessoais e profissionais. Não consegue finalizar o livro que está escrevendo e vive em depressão depois de ser abandonado pela mulher, Sophie (Arielle Dombasle). Ela se torna uma espécie de conselheira afetiva do ex-marido. Martin parece encontrar redenção em uma relação intensamente carnal com Cecília (Sophie Guillemin), uma jovem simples e compassiva, sem muita sofisticação intelectual, suspeita da morte de um pintor famoso.
Apesar das diferenças culturais, Martin desenvolve uma relação obsessiva com Cecília. Quer possuí-la de todas as maneiras, tenta racionalizar a paixão sexual, mas é subjugado pela falta de comunicação e por um ciúme doentio. Descobre que o sexo não o ajuda a entender o enigma da mulher que pensa dominar na cama. Para Khan, o tédio se instala com o sexo desprovido de sentimentos e a falta de interesse real no parceiro, na encruzilhada entre a paixão carnal e a comunhão espiritual.
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