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Spielberg constrói libelo contra guerra em O Resgate do Soldado Ryan



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Um roteiro impecável, a maestria técnica do gigante do entretenimento Steven Spielberg e a presença do maior astro de Hollywood na atualidade são os elementos de O Resgate do Soldado Ryan, filme indicado para 11 Oscar, incluido direção, melhor filme, roteiro original e melhor ator para Tom Hanks, que já ganhou duas estatuetas. O tema do filme, a Segunda Guerra Mundial, tem sido resgatado nos Estados Unidos com uma enxurrada de reedições de livros e novos filmes sobre o assunto.



Tom Hanks volta a ser o bom moço

Com estes elementos Spielberg mais uma vez, e talvez desta vez definitivamente, mostra tudo o que a técnica pode fazer por um filme, ainda dando-se ao luxo de transpor esta técnica. 

A cena inicial, que dura nada menos que 25 minutos, é justamente a do fatídico Dia D (6 de junho de 1944), o dia do desembarque das tropas aliadas na Normandia, data que marca portanto o começo do fim da Segunda Guerra Mundial. São 25 minutos de horror, sangue, mutilações, desespero, caos, morte e destruição.

A câmera de Spielberg coloca-se sob o ponto de vista do capitão John Miller (Tom Hanks) que tem a missão de desembarcar (e sobreviver) com seu batalhão de infantaria na Praia de Omaha, enfrentando o bombardeio direto dos alemães, cara a cara. É aqui que Spielberg se supera. A câmera é tão caótica quanto a cena em si. Ela fica no plano do soldado que se arrasta, com balas passando em todas as direções, caindo junto com os soldados e até mostrando respingos de sangue na lente.

É a câmera documental, que reverencia os documentários de guerra realizados na época, documentários estes repudiados pelo pracinha Spielberg, pai do diretor e sua maior fonte de inspiração, que lutou no front do Pacífico, em Burma. Poucos sobrevivem à batalha inicial de Omaha mas Miller, o sargento Horvath (Tom Sizemore) e alguns sobreviventes de seu batalhão, conseguem transpor a defesa alemã e continuam avançando até uma base aliada. 

Enquanto isso, nos Estados Unidos, uma equipe que tem como incumbência avisar a família dos soldados mortos em combate, se dá conta que três irmãos da família Ryan, morreram em combate, restando apenas um irmão. O caso vai para o alto escalão das Forças Armadas americanas que resolve que este último componente da família Ryan deve voltar para casa, numa atitude ao mesmo tempo de compaixão e de auto-promoção. É o capitão Miller quem recebe a incumbência de achar o soldado Ryan (Matt Damon) no meio do caos do ataque das forças aliadas na França. Para isso ele forma um pelotão especial que se questiona constantemente se aquela missão é válida, onde vários soldados se arriscam para salvar apenas um pracinha.

Spielberg coloca seu filme como um libelo humanista, anti-belicista, mas o heroísmo está lá, principalmente depois da cena inicial da desgraça de Omaha. Que ninguém espere os corrompidos, inseguros, drogados e inescrupulosos anti-heróis de guerra de filmes sobre a guerra do Vietnã como Apocalipse Now, de Coppola ou Platoon, de Oliver Stone. Estamos aqui ainda sob a estética de Spielberg.

Temos a covardia e a sensibilidade retratadas, como numa das únicas pausas, onde soldados ouvem Edith Piaff e conversam sobre mulheres, ou na canalhice dos soldados que fazem pilhéria enquanto procuram o nome do soldado Ryan em algum dos cordões de pescoço recolhidos dos soldados mortos. Talvez a maior demonstração da fraqueza humana seja o soldado Upham, recrutado para o batalhão especial apenas por saber falar francês e alemão e sem nenhuma habilidade para a luta. Sua fraqueza e covardia fazem com que dois integrantes do pelotão morram em combate. 

Mas o capitão John Miller e o próprio soldado Ryan são dois típicos heróis americanos, por quem o público torce, enquanto rechaça o soldado Upham e todos os horríveis e canalhas alemães. Na verdade não é o tal libelo anti-belicista como Spielberg coloca, mas ainda assim é um grande filme que faz pensar sobre os horrores da guerra, que leva à reflexão sobre o flagelo humano e que tem importância como relato histórico de uma das passagens mais importantes do século vinte. (Beth Ferreira)


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Saving Private Ryan : A Novel - Max Allen Collins, Paperback, 1998

Saving Private Ryan : The Men, the Mission, the Movie : A Film by Steven Spielberg- Steven Spielberg(Editor),1998

Now You Know; Reactions After Seeing Saving Private Ryan
- Jesse Kornblush(Editor), Steve Case (Introdução), 1999



Leia mais:
Confira a coluna de Carlos Gerbase sobre o filme

Veja a opinião da colunista Barbara Kruchin

 








O RESGATE DO SOLDADO RYAN

Título Original: Saving Private Ryan
País de Origem: EUA
Ano: 1998
Duração: 170min
Diretor: Steven Spielberg.
Elenco:
Tom Hanks, Tom Sizemore, Edward Burns, Barry Pepper e outros.









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