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Conflito entre
dois mundos conduz A Música e o Silêncio
Indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 1998 e premiado nos festivais de Tóquio, Chicago e Vancouver, A Música e o Silêncio chega com certo atraso ao Brasil. A primeira produção da diretora e roteirista alemã Caroline Link aborda com delicadeza as dificuldades em aceitar as diferenças nas relações familiares.
 Sylvie Testud vive Lara na juventude: atritos com o pai surdo-mudo |
A
jovem Lara, vivida na infância por Tatjana Trieb e na
juventude por Sylvie Testud, é a ponte de comunicação
entre os pais surdos-mudos e o mundo exterior, em uma pequena cidade do
Sul da Alemanha.
Ela atende os telefonemas, participa das negociações bancárias
e transmite as repreensões da professora, nem sempre traduzindo
com fidelidade, o que gera algumas das melhores cenas do filme. O amadurecimento
precoce e a responsabilidade de guiar os pais através do mundo
sonoro marca a infância de Lara.
Em uma família
nada auto-indulgente, a mãe, Kai(Emmanuelle Laborit), revela uma
personalidade compreensiva, enquanto Martin (Howie Seago)demonstra certa
possessividade em relação à filha. Em uma festa de
Natal, Lara reencontra Clarissa (Sibylle Canonica), irmã de Martin,
uma bem-sucedida clarinetista de jazz. Clarissa presenteia a menina com
seu primeiro clarinete, encorajando Lara a seguir carreira como instrumentista.
O conflito entre a impossibilidade de compreender
a paixão pela música e a necessidade de construir uma vida
além dos laços familiares conduz a segunda parte do filme.
Aos 18 anos, Lara vai morar com Clarissa e se preparar para o exame de
admissão no conservatório de Berlim, provocando o ciúme
de Martin. A deficiência física não o priva apenas
de entender a filha, mas de estabelecer uma relação afetiva
independente. A perspectiva de perder o amor de Lara abre o caminho para
a reconciliação. (Cássia
Borsero)
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