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Deuses e Monstros
recorda a vida de James Whale, o "pai" de Frankenstein
 Criatura e criador: Whale foi encontrado afogado em sua piscina |
O corpo sem vida do
diretor de cinema James Whale foi encontrado na piscina de sua residência,
em Hollywood, no dia 29 de maio de 1957. Mais ou menos como o do personagem
interpretado por William Holden em Crepúsculo dos Deuses (1950),
de Billy Wilder. Whale tinha 61 anos e era conhecido
como um dos mais talentosos realizadores dos anos 30, autor de clássicos
do gênero horror como Frankenstein (1931) e A Noiva de Frankenstein (1935),
filmes que salvaram o estúdio Universal. Homossexual, excêntrico
e arrogante, Whale deixou uma carta de despedida dizendo que a vida, na
velhice, se tornara insuportável, e que não culpava qualquer pessoa por
sua morte.
Deuses e Monstros, de Bill Condon, relata os últimos dias de vida
de Whale. Indicado para três Oscar,
Deuses e Monstros concorre nas categorias
melhor ator (Ian McKellen), atriz coadjuvante (Lynn Redgrave, irmã
de Vanessa) e roteiro adaptado (Bill Condon, a partir do livro O Pai
de Frankenstein, de Christopher Bram).
O inglês Whale estreou como diretor em Hollywood com uma versão de 1931
do melodrama A Ponte de Waterloo. Seu último filme foi igualmente
um melodrama, Proibidos de Amar. Aficionado pela pintura, Whale
se retirou do cinema para dedicar-se ao seu passatempo favorito. O jardineiro
de sua mansão, no filme interpretado por Brendan Fraser (George, O
Rei da Floresta), atua como seu modelo preferido.
Exibido no circuito internacional dos festivais, Deuses e Monstros
tem destacado o desempenho de Ian McKellen, um dos grandes atores do cinema
inglês da atualidade. Visto em filmes como Ricardo III e O
Aprendiz, McKellen chocou os ingleses
há mais de uma década, quando ao receber o prêmio maior do cinema britânico
declarou, diante da platéia estupefata, a sua homossexualidade. McKellen
"saiu do armário" e incentivou outros grandes nomes do palco
e da tela ingleses a fazerem o mesmo. Na época, a homossexualidade era
punida pela lei na Inglaterra. Muitos declararam, então, que
a carreira de McKellen havia chegado ao fim. A Noite É Minha Inimiga,
de Anthony Asquith (1960), com Dirk Bogarde, foi um dos primeiros filmes
ingleses a abordar o tema.
(Tuio Becker/Zero Hora/Agência RBS)
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