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Uma das obras-primas do cineasta francês Louis Malle, Trinta Anos Esta Noite retorna aos cinemas. Morto pelo câncer em 95, Malle começou a carreira como assistente de direção de Robert Bresson, estreando na co-direção com Jacques Cousteau em 1955 no documentário O Mundo Silencioso, Oscar e Palma de Ouro em Cannes na categoria.
Temas
escandalosos como incesto (O 
Sopro no Coração), prostituição infantil
(Pretty Baby) e o colaboracionismo francês (Lacombe Lucien)
renderam ao diretor a pecha de "provocador" e "pornográfico",
que em nada se aplica à profundidade de seus filmes.
Outro tema tabu percorre
Trinta Anos Esta Noite. Baseado no livro Fogo-Fátuo, de Drieu la
Rochelle (que se suicidou em 1945), o filme traça
as últimas 48 horas de vida de Alain Leroy (Maurice Ronet), paciente de
uma clínica para alcoólatras que decide se suicidar na noite em que completaria
trinta anos.
Ele
passa esses momentos tentando rever as pessoas importantes de sua vida:
a amante (Lena Skerla), 
melhor amiga de sua ex-mulher; uma ex-viciada
(a magnífica Jeanne Moreau); uma ex-namorada (Alexandra Stewart) casada
com um amigo (Jacques Sereys).
O drama de Alain, como
expõe a Milou (Bernard Tiphaine) na véspera do suicídio, é a
angústia de não conseguir tocar e ser tocado com sinceridade, um vazio
existencial que não permite a vivência amorosa plena.
» "Trinta Anos Esta Noite" resume a grandiosidade de Malle
» Leia a opinião do crítico Ricardo Cota sobre o filme
