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Réptil atômico japonês ressurge em Hollywood

O filme mais esperado e falado do verão americano, Godzilla, chega ao Brasil esta semana com uma das maiores campanhas de marketing já realizadas para um lançamento cinematográfico no país. A produção, que custou US$ 100 milhões e gastou o mesmo valor em promoção, não chega a desapontar.


Depois de tanto mistério, Godzilla aparece de corpo inteiro

Ao que se propõe o filme, o resultado está ok: uma refilmagem do clássico Gojira, filme B japonês dos anos 50, que se tornou seriado e grande objeto de culto. Afinal o que esperar de um filme sobre um réptil gigante que chega a N.York e destrói metade da cidade?

Comparado a seu antecessor japonês o filme feito em Hollywood só peca por não ter as carinhas de japoneses apavorados fugindo do réptil em questão. Ao invés disso são novaiorquinos moderninhos que não sabem se fogem ou se admiram a figura gigantesca que vem tirá-los de sua rotina blasé.

Biografia do monstro

Em 1954 Ishiro Honda, então assistente de direção de Akira Kurosawa, foi contratado pelos estúdios Toho, do Japão, para dirigir o primeiro filme, chamado Gojira, que em japonês quer dizer "metade gorila e metade baleia".

O nome Godzilla vem da versão americanizada do primeiro filme, Godzilla, King of The Monsters, uma reedição de Gojira com cenas de um ator americano na remontagem. No primeiro filme a tal híbrida criatura surgia de uma deformação genética causada por radiação nuclear, na época uma obsessão para os japoneses, marcados havia pouco tempo pela tragédia de Hiroshima.

O sucesso foi tanto que foi feita a primeira sequência, em 1955, o Contra-ataque de Godzilla. Sete anos depois surgiu mais uma sequência, agora colocando em xeque dois monstros, um do ocidente e outro do oriente: King Kong Vs Godzilla (foto). Daí vieram diversas sequências, ao todo 21, e o caráter apocalíptico da besta-lagarto foi sendo redimensionado.

A série logo agregou uma legião de imitadores e na metade dos anos sessenta era praticamente impossível entrar em um cinema japonês sem assistir a capital Tokyo sendo destruída por algum monstro horroroso. Municípios japoneses pediam para ser a próxima cidade a ser destruida por algum monstro, em algum filme.

Godzilla Vs Mothra, de 1964, foi o último filme em que o réptil aquático seria o agente do apocalipse. Desde então o monstro passou a tornar-se um pouco mais simpático, também para atender à demanda do mercado de produtos temáticos. Godzilla muitas vezes foi o herói da humanidade lutando contra os monstros Gigan e Megalon e até teve uma filha, Minya.

Godzilla é hermafrodita, mas existe a versão de que seja somente mulher. Honda deixou de dirigir os filmes de Godzilla e seus substitutos foram mais e mais voltando-se para a cultura ocidental, passando até por uma versão psicodélica da série, Godzilla Vs Smog Monster, na qual garotos japoneses organizam um concerto de rock em favor da ecologia, em intervalos entre suas viagens alucinógenas.

Em 1975 o público era cada vez menor para as histórias do réptil gigante e The Terror of Mechagodzilla foi o último tomo da série e também a última produção dos estúdios Toho. Em 1985, os japoneses aninda tentaram ressucitar o seu Gojira em Godzilla-1985, com péssimos resultados de bilheteria, mas o culto sempre continuou.

Em 1994, a Nike lançou uma campanha publicitária nos Estados Unidos onde o astro do basquete americano Charles Barkley jogava com Godzilla. Com o sucesso de Parque dos Dinossauros, de Spielberg, a Tri-Star resolveu comprar dos estúdios Toho os direitos sobre Godzilla. Aí começou a pré-produção que cogitou diretores como Tim Burton (Marte Ataca!) e Jan de Bont (Velocidade Máxima), entre outros. Ganhou a dupla Dean Devlin e Roland Emerich, de Independence Day.

O produtor Devlin e o diretor alemão Emerich trataram de conferir ao tomo hollywoodiano da série o que há de mais moderno e sofisticado em termos de efeitos especiais. Sendo assim o lagarto e depois sua cria são completamente virtuais, salvo alguns closes de suas patas, construídos mecanicamente, com tecnologia de robótica.

Afinal um filme de Hollywood não pode resvalar na estética camp, dos antecessores japoneses de Godzilla, onde o réptil assassino era interpretado por um ator em uma roupa de borracha. A tarefa mais difícil no filme fica para os atores, principalmente Matthew Broderick que interpreta o biólogo Nick Tatopoulos, cujo nome é uma homenagem a Patrick Tatopoulos, criador do visual do Godzilla original.

Nick é quem descobre os meandros da criatura e em vários momentos sofre por Godzilla, que também desenvolve um carinho especial por ele. Jean Reno é o agente francês que vai tentar limpar a sujeira cometida pelo governo francês, com seus testes nucleares no Pacífico, que deram origem à criatura assassina. Daí por diante é muita ação, sustos e barulho e uma caçada espetacular do monstro ao táxi onde estão Nick, o agente francês, uma repórter e um cameraman. Essa é de arrasar e vale por si só o preço do ingresso. (Beth Ferreira)

 

 








GODZILLA

Título Original: Godzilla
País de Origem: EUA
Ano: 1998
Duração: 140min
Diretor: Roland Emmerich.
Elenco:
Matthew Broderick, Jean Reno, Maria Pitillo, Hank Azaria e outros.









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