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Poluição atmosférica afeta produção de hormônios e metabolismo

Em cidades com elevados níveis de poluição atmosférica, pessoas têm maior risco de desenvolver problemas hormonais de saúde e outras complicações do metabolismo

10 jun 2024 - 22h24
(atualizado em 11/6/2024 às 02h12)
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Viver em locais com elevados níveis de poluição atmosférica não está associado apenas ao aumento de doenças respiratórias, como rinites e asma. Na verdade, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) alerta para o fato de que esses poluentes desregulam a produção de hormônios e podem afetar o metabolismo em humanos.

Foto: Dimaberlin/Envato / Canaltech

"O impacto [dos problemas na saúde] é maior em cidades com altos índices de poluição, sem incluir os possíveis desastres ambientais, como incêndios", afirma nota da SBEM. 

O problema é que as áreas com baixos níveis de poluição do ar estão cada vez menores, com o aumento das emissões de gases do efeito estufa. Se considerarmos todos os parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS), menos 1% do planeta seria realmente seguro. É o que revela um estudo australiano publicado no ano passado.

Efeito da poluição na saúde

"Recentes estudos constataram que mais de um milhão de mortes ocorrem ao redor do mundo devido à exposição a curto prazo, apenas dias e horas, a partículas finas na poluição atmosférica", afirma a SBEM.

Para entender os riscos endocrinológicos, é preciso compreender que as essas partículas finas entram no corpo através das vias respiratórias e podem afetar a secreção de hormônios, como a insulina, ou ainda dos hormônios sexuais. Dados emergentes apontam que essa poluição tem acelerado o período da primeira menstruação em meninas nos EUA.

"Os poluentes também podem ser responsáveis pela produção excessiva ou insuficiente de hormônios no organismo", lembram os especialistas da sociedade. Quando a questão afeta a tireoide, o paciente pode desenvolver diferentes doenças, como hipotireoidismo, hipertireoidismo ou o câncer de tireoide. Isso afeta diretamente o metabolismo.

Além disso, a exposição prolongada à poluição atmosférica está relacionado ao maior risco de desenvolvimento de doença renal crônica, aumento do risco de obesidade, diabetes, doenças neurodegenerativas e câncer de bexiga.

Em gestantes, essa poluição pode aumentar a probabilidade de prematuridade e mortes fetais. Outros dados relacionam a poluição do ar com o risco aumentado de demência.

Substâncias do ar poluído

Quando se fala em ar poluído, não existe uma única substância para ser taxada como vilã. Na verdade, é uma série de substâncias ou misturas presentes no ambiente com capacidade de interferir nas funções do sistema endócrino.

Em artigo publicado na revista International Journal of General Medicine, pesquisadores da Universidade de Reading detalha algum desses compostos, como:

  • Dióxido de carbono, enxofre e outros óxidos;
  • Componentes de plásticos, como ftalatos e bisfenol A;
  • Componentes de bens de consumo, incluindo parabenos e alquilfenóis;
  • Produtos químicos industriais, como bifenilas policloradas;
  • Produtos de combustão, como dibenzodioxinas policloradas;
  • Pesticidas e herbicidas. 

Como limitar exposição à poluição atmosférica?

Em busca da redução dos riscos à saúde humana, os especialistas da SBEM defendem a criação de sistemas internacionais de monitoramento da poluição atmosférica, capazes de alertar para níveis perigosos de poluentes.

"Em casos de identificação de níveis extremos, é preciso minimizar a exposição, como o uso de máscaras e a limitação de atividades ao ar livre em dias de alta poluição", orienta a equipe.

Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia alerta para os riscos da poluição do ar na produção de hormônios (Imagem: Marek Piwnicki/Unsplash)
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia alerta para os riscos da poluição do ar na produção de hormônios (Imagem: Marek Piwnicki/Unsplash)
Foto: Canaltech

De forma paralela, é preciso acelerar a transição energética, dos combustíveis fósseis para energia limpa e renovável. Em outra frente, vale desenhar campanhas para informar a população sobre os riscos da poluição atmosférica.

Fonte: SBEM e International Journal of General Medicine  

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