No Other Land é o melhor documentário do ano segundo o Oscar; o problema é que, nos EUA, ninguém pode assisti-lo
O documentário sobre o conflito palestino ainda não encontrou distribuição no país de Trump
Ninguém ignora que o Oscar não é apenas um reconhecimento em forma de prêmios para alguns dos filmes mais destacados do ano, mas também uma verdadeira manobra comercial que impulsiona nas bilheteiras filmes de todo tipo. Mas… o que acontece quando um filme não encontra distribuição? É o caso do vencedor do Oscar de Melhor Documentário de Longa-Metragem, No Other Land.
Um filme sobre a Palestina
Este documentário é dirigido por quatro ativistas palestinos (Basel Adra, Hamdan Ballal, Yuval Abraham e Rachel Szo, dois deles israelenses), em coprodução com a Noruega, e estreou no último Festival de Berlim. Nele, acompanhamos a vida de um jovem ativista palestino de Masafer Yatta, uma região da Cisjordânia. O filme mostra a destruição gradual de sua terra natal, onde soldados israelenses derrubam casas e desalojam os moradores. Ele acaba fazendo amizade com um jornalista judeu israelense, o que evidencia o contraste entre as vidas dos dois.
O que torna No Other Land especial é o fato de que o filme não tem distribuição nos Estados Unidos devido à natureza delicada de seu tema. Na Europa, por exemplo, ele foi exibido nos cinemas em novembro passado e atualmente está no catálogo da plataforma de streaming Filmin (entre mais de vinte países ao redor do mundo). Isso limitou enormemente seu alcance no país do Oscar, abrindo um novo debate sobre o poder da censura comercial — muito mais eficaz que a censura política explícita — e destacando a ironia de que um filme como este tenha ...
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