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Giro da Saúde: proibição dos vapes; reconstrução de pênis; transplante fecal

O novo método de reconstrução peniana foi desenvolvido por um brasileiro! Além disso, a proibição de cigarros eletrônicos no Brasil repercutiu bastante na mídia

4 set 2022 - 10h00
(atualizado em 5/9/2022 às 09h06)
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Na última semana, um método criado por um brasileiro para reconstruir (e criar do zero) o pênis ganhou destaque na mídia. Além disso, outra notícia que repercutiu no Brasil foi a determinação da justiça para proibir a venda de cigarros eletrônicos, os vapes, no Brasil. Veja agora os assuntos que mais bombaram nos últimos dias, aqui no Giro da Saúde!

Novo método de reconstrução peniana permite até ereções

Foto: RenzMacorol/Pexels;DeonBlack/Unsplash;AlexasFotos/Pixabay / Canaltech

Um dos destaques da semana teve brasileiros como protagonistas: um novo método cirúrgico de reconstrução de pênis ganhou manchetes após publicação em uma revista científica. O principal autor do artigo que descreve a técnica, o urologista Ubirajara Barroso Junior, é especialista em reconstrução genital. Em vez de usar pele de outras partes do corpo para refazer o órgão (ou criar um pênis novo, no caso de pacientes mutilados ou homens trans), o médico desenvolveu um método diferente.

É a ausência dos corpos cavernosos que invalida métodos antigos de reconstrução peniana, e mesmo o corpo esponjoso é diferente: nos órgãos recriados, a uretra termina em um furo na parte de baixo do pênis. A nova técnica, no entanto, consiste de uma incisão no períneo.

O trajeto passa por dentro do osso da bacia e, ao invés de tentar descolar o corpo cavernoso da estrutura óssea, corta-se um pedaço do osso junto, amarrando-o a um ponto mais à frente, no osso do púbis. Com isso, os corpos cavernosos (que também existem no clitóris e são longos o suficiente para criar um pênis) conseguem chegar até o órgão e preenchê-lo, tornando-o funcional para urinar e ter ereções.

Justiça exige proibição de vapes no Brasil

Na quinta-feira (1), foi determinado pelo Ministério da Justiça que 33 empresas suspendessem a venda de vapes, os famosos cigarros eletrônicos, no Brasil. A justificativa, conforme publicação no Diário Oficial da União (DOU), são "riscos à vida e à saúde do consumidor".

A publicação, aliás, previa interrupção da comercialização em 48 horas, sob pena de multa diária no valor de R$ 5 mil. De acordo com o Ministério da Justiça, as empresas autuadas agem com falta de transparência e de boa-fé e induzem os consumidores a acreditarem que os cigarros eletrônicos são produtos legais — mas não são. A comercialização dos vapes foi proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária no Brasil ainda em 2009.

Cigarro eletrônico é mais nocivo que o comum?

Conforme o texto publicado no DOU, o aumento da comercialização dos vapes afeta principalmente os jovens brasileiros. E, apesar de terem sido, por muito tempo, tidos como alternativa àqueles que desejavam parar de fumar, o entendimento do Ministério e dos especialistas em saúde sobre e-cigs é outro: eles chegam a afirmar que os malefícios dos dispositivos eletrônicos podem ser maiores que os do cigarro comum.

Para Alexandre Todorovic Fabro, médico patologista e associado da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), "o cigarro eletrônico causa as mesmas doenças que o cigarro comum e também lesões mais agudas, como a destruição de pneumócitos — as células que revestem os alvéolos pulmonares — por queimadura provocada pelo vapor quente combinado às substâncias tóxicas" presentes nos cartuchos, os chamados juices ou essências.

Fabro compara a situação com a da fumaça tóxica inalada durante um incêndio. Com este tipo de dano, "se a pessoa não morre, forma uma pneumonia que deixa marcas no pulmão como se fossem cicatrizes internas". É o caso da doença evali, causada pelos vapes. A nomenclatura é adotada desde 2019 e significa "doenças pulmonares associadas aos cigarros eletrônicos". Ainda, os vapes podem causar os mesmos problemas que o uso do cigarro comum, como câncer de pulmão e doença pulmonar obstrutiva crônica.

Reino Unido recomenda transplante de fezes contra bactéria resistente

Autoridades de saúde britânicas decidiram recomendar o transplante fecal como tratamento para infecções causadas pela bactéria Clostridium difficile, que, como o nome indica, é bastante resistente. A recomendação foi feita na semana passada pelo Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados (Nice, na sigla em inglês).

O transplante fecal é indicado aos pacientes que tiveram dois ou mais quadros de diarreia provocados pela bactéria. O procedimento é feito por endoscopia (ou seja, pela boca) ou por colonoscopia (através do reto). Há, ainda, a opção de transplantar a microbiota intestinal com pílulas preparadas em laboratório, as quais o paciente ingere e modifica a flora dos intestinos.

O Nice espera realizar entre 450 e 500 transplantes fecais apenas na Inglaterra. A medida deve gerar economia no orçamento da saúde pública local, já que irá reduzir o uso de antibióticos.

Gripe do tomate é, na verdade, doença mão-pé-boca

A Gripe do Tomate chamou a atenção da mídia nas últimas semanas, por causar um surto em crianças pequenas na Índia. Como ainda não era conhecida a origem do quadro, foi apelidada assim, devido às manchas avermelhadas que lembram a forma de um tomate.

Agora, um estudo revelou a verdadeira causa da moléstia. Devido às erupções cutâneas que a doença causa, médicos britânicos responsáveis pelo estudo até desconfiaram de varíola dos macacos, mas os resultados dos exames confirmaram que se tratava de uma variação da doença mão-pé-boca.

A mão-pé-boca é conhecida por provocar bolhas nas palmas das mãos, solas dos pés e bocas de crianças. É uma infecção causada por um vírus da família dos enterovírus, chamado coxsackie A16, e que acomete principalmente crianças de 5 anos ou menos. A doença não é considerada grave e é autolimitada, ou seja, dentro de algumas semanas desaparece sozinha do organismo.

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