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Foto do papa com casacão foi feita com IA e enganou muita gente

Deep fake do líder da Igreja Católica ostentando uma jaquetaça da Balenciaga foi publicado como se fosse real por perfis pop e veículos tradicionais. Especialistas discutem regulamentação da tecnologia e papel de comunicadores

27 mar 2023 - 09h18
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Você deve ter sido impactado por esta foto do papa Francisco ostentando uma jaquetaça estilosíssima.

Foto: Núcleo Jornalismo

E, se ainda estiver na dúvida, sim, ela é falsa e foi criada por inteligência artificial.

Fica claro se você reparar na mão direita — IAs que geram imagens ainda têm dificuldades com a extremidade dos nossos membros superiores.

Reprodução
Reprodução
Foto: Núcleo Jornalismo

Por acaso (ou não, seria o zeitgeist?), o falso look papal lembra muito o do DJ Pedro Sampaio no Lollapalooza.

A foto virou meme imediatamente.

Mas perfis voltados à cultura pop, incluindo a Choquei, publicaram a imagem como se fosse real.

A origem da foto foi descoberta rapidamente: é uma criação do usuário do Reddit u/trippy_art_special, feita com o Midjourney.

The Pope Dripby u/trippy_art_special in midjourney

Se você quiser gerar imagens semelhantes na ferramenta de inteligência artificial, pode usar o texto "papa Francisco vestindo jaqueta Balenciaga em videoclipe de drill rap, fazendo sinais de gangue com as mãos, tirada com uma câmera Canon EOS R", seguido de várias especificações técnicas.

Mas não foi só a Choquei que caiu no deep fake — veículos tradicionais, como a edição brasileira da "Vogue", também publicaram a imagem como se fosse real.

"Os jornalistas vão ter que aprender que o 'ver para crer' não é mais suficiente na realidade híbrida", escreveu Diogo Cortiz, professor da PUC-SP especializado em ciência cognitiva, inteligência artificial, design especulativo e ficção.

Para Guilherme Ravache, colunista do UOL, ferramentas de IA como o ChatGPT e o Midjourney deveriam ter sido regulamentadas ou supervisionadas por outras instituições antes do lançamento para o público geral (clique no tweet ou aqui para ler o texto na íntegra).

Núcleo Jornalismo
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