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Dia da Mentira | 5 mentiras que você já escutou sobre o corpo humano

O corpo humano é um sistema bastante complexo, e não faltam teorias e mitos sem fundamento para explicar o funcionamento deste organismo, como o sangue azul

1 abr 2024 - 17h15
(atualizado às 20h30)
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Nesta segunda-feira (1), é celebrado oficialmente o Dia da Mentira, data marcada por inúmeras brincadeiras e piadas sobre os mais diferentes temas. Como não poderia ser diferente, o corpo humano costuma render muita polêmica (tanto nesta data quanto fora dela), com a proliferação de mitos, crendices e desinformação a seu respeito.  

Foto: Twenty20photos/Envato Elements / Canaltech

Para ajudar a colocar um fim nas maiores mentiras que já nos contaram sobre o corpo humano, o Canaltech desvenda alguns desses mitos, como a lenda de que cera no ouvido é prejudicial ou a história de que é preciso tomar diariamente suplementos vitamínicos, mesmo sem indicação.

A seguir, confira 5 mentiras sobre o corpo que, muito provavelmente, você já escutou: 

1. Cera de ouvido é sinal de falta de higiene

Para muita gente, limpar o ouvido com um cotonete é um bom indicador de higiene pessoal. No entanto, esta prática é desaconselhada pela Academia Americana de Otorrinolaringologia. Afinal, a cera é um hidratante natural, absorve células mortas da pele e ainda impede que a poeira e patógenos cheguem ao canal auditivo, causando doenças.

Nesse contexto, a limpeza não é necessária, considerando que os ouvidos são "autolimpantes".  Inclusive, essa limpeza caseira pode danificar o canal auditivo ou o próprio tímpano, algo capaz de prejudicar permanentemente a audição, como explica Robert H. Shmerling, médico e professor da Escola de Medicina Harvard, em artigo.

Se você ainda acha que a cera está atrapalhando a sua audição, o melhor a se fazer é buscar ajuda de um especialista. Às vezes, o problema pode ser outro.

2. Sangue humano pode ser azul

Difundido pela nobreza europeia como forma de distinção, há a ideia de que o sangue humano pode ser azul. Entretanto, isso é uma completa mentira. "O sangue humano é sempre vermelho. A única diferença é que quando está oxigenado, fica com uma cor vermelha brilhante, e quando está sem oxigênio, fica com uma cor vermelha mais escura", conforme explica a Universidade da Califórnia em Santa Bárbara (Usbc), em artigo.

Neste Dia da Mentira, vale ficar atento a alguns fatos sobre o corpo humano, como a impossibilidade das pessoas terem o sangue azul (Imagem: ktsimage/Envato)
Neste Dia da Mentira, vale ficar atento a alguns fatos sobre o corpo humano, como a impossibilidade das pessoas terem o sangue azul (Imagem: ktsimage/Envato)
Foto: Canaltech

A "exceção" a essa regra são pacientes com cianose, uma doença provocada pela falta de oxigenação no sangue. Popularmente, considera-se que estas pessoas ficam com o sangue mais escuro e próximo de um tom quase "azulado". No entanto, isso não é uma característica, mas, sim, um sinal de problema.

3. Cérebro não ganha novas células ao longo da vida

Diferente do que a maioria das pessoas pensa, novas células cerebrais são criadas ao longo da vida de um indivíduo, mesmo depois dos 18 anos. Este movimento é mais nítido no hipocampo, região do cérebro responsável pelos processos de aprendizagem e memória.

"O hipocampo humano adulto continua a gerar novos neurônios", afirmam pesquisadores da Universidade de Valência, em artigo publicado na revista científica Nature. É o que explica a capacidade de aprendizado em qualquer idade, mesmo que isso seja mais difícil conforme a idade avança — no entanto, a geração de novas células é, de fato, maior entre os mais jovens.

4. Ficar com o cabelo molhado faz mal para a saúde

É comum escutar que sair de casa com o cabelo molhado faz mal para a saúde. Apesar da popularidade do conselho, Ashley Apple, pesquisadora e professora da Universidade da Virgínia (UVA), lembra que tomar friagem "não aumenta a probabilidade de você 'encontrar' um vírus", em nota.

No entanto, há um pouco de verdade nesta "mentirinha". O cabelo molhado vai esfriar a cabeça e, se estiver muito frio no ambiente, isso aumenta ainda mais o risco da temperatura cair também nas vias nasais. Nesses casos, a resposta imunológica pode ser comprometida, aumentando a probabilidade de infecções. "Se você for exposto a um vírus durante esse período, seu corpo poderá ser menos capaz de combatê-lo", pontua Apple. Entretanto, isso também pode ocorrer ao sair de casa com os cabelos secos.

Sair de casa com o cabelo molhado não provoca resfriado, mas este é um mito comum (Imagem: damirkhabirov/Envato)
Sair de casa com o cabelo molhado não provoca resfriado, mas este é um mito comum (Imagem: damirkhabirov/Envato)
Foto: Canaltech

A perda da capacidade de proteção, em baixas temperaturas, já foi detalhada em um artigo publicado na revista The Journal of Allergy and Clinical Immunology. A especialista não esteve envolvida na pesquisa.

5. Corpo precisa de suplementação de vitamina

Um dos grandes mitos envolvendo a saúde humana é a necessidade de suplementação de nutrientes todos os dias, feito com os suplementos vitamínicos, tomando em forma de cápsulas. Após uma revisão sistemática — estudo que revisa os resultados de outras pesquisas sobre o mesmo tema —, cientistas da Universidade Northwestern observaram que não há benefícios, quando o paciente não tem nenhuma deficiência de nutrientes conhecidos.

Na verdade, esses suplementos são um desperdício de dinheiro, como definem os próprios autores do estudo. De forma oposta, o excesso de vitamina D tem inúmeras consequências negativas para o corpo, podendo causar até overdoses.

Até o momento, a melhor maneira de obter nutrientes nas quantidades recomendadas e de forma eficiente é adotar uma boa dieta alimentar. Entre os itens que devem ser incluídos no cardápio, estão: grãos integrais, frutas, legumes, sementes e óleos saudáveis.

Sendo Dia da Mentira ou não, o indicado é sempre checar informações sobre o corpo humano e as melhores formas de manter a saúde, antes de acreditar. Na maioria dos casos, estudos científicos são um bom parâmetro para separar o que é verdade e o que não é.

Fonte: UVA, Ucsb, Nature, The Journal of Allergy and Clinical Immunology e Harvard  

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