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Como a Infinix precisa melhorar para dar certo no Brasil?

A Infinix é uma marca chinesa com bons smartphones à venda no Brasil, mas poucas pessoas sabem disso

2 dez 2023 - 13h01
(atualizado em 3/12/2023 às 14h10)
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A Infinix é uma marca de smartphones chinesa que já está no Brasil há cerca de 2 anos em parceria com a Positivo. Seus lançamentos são bem interessantes para a categoria intermediária, mas poucas pessoas têm conhecimento sobre eles. O que fazer para mudar isso?

Foto: Erick Teixeira/Canaltech / Canaltech

Quem é o fabricante da marca Infinix?

A Infinix é uma empresa chinesa subsidiária da grande fabricante de smartphones Transsion. Outro nome de peso muito conhecido nos mercados latino-americano, oriental e africano, o qual também pertence a esse conglomerado chinês, é a Tecno, que recentemente lançou o seu primeiro dobrável.

A Transsion é atualmente a quinta fabricante que mais vendeu celulares no mundo em 2023, ultrapassando a Vivo (não é a operadora brasileira). Segundo relatórios de análise de mercado, a empresa só está atrás de Samsung, Apple, Xiaomi e Oppo, com quase 10% de market share (participação de mercado).

Market Share das fabricantes de smartphones no 3º trimestre de 2023 (Imagme: Divulgação/IDC)
Market Share das fabricantes de smartphones no 3º trimestre de 2023 (Imagme: Divulgação/IDC)
Foto: Canaltech

A estratégia da marca tem sido apostar nos mercados emergentes e em crescimento como o africano, que foi a única região com aumento nas vendas de aparelhos no 3º trimestre deste ano. Além disso, o foco da Transsion são os segmentos básico e intermediário.

Quem trouxe a Infinix ao Brasil?

A Positivo Tecnologia trouxe o primeiro smartphone da Infinix ao Brasil em outubro de 2021. O Infinix Note 10 Pro competia com modelos muito mais conhecidos no nosso mercado, como Samsung Galaxy A72 e Redmi Note 10 Pro, e tinha a seu favor o preço mais acessível: cerca de R$ 1.500.

A Infinix chegou ao Brasil em 2021 (Imagem: Ivo Meneghel Jr./Canaltech)
A Infinix chegou ao Brasil em 2021 (Imagem: Ivo Meneghel Jr./Canaltech)
Foto: Canaltech

Com exceção do Infinix Zero 5G, todos os lançamentos da Infinix até o momento foram produzidos no Brasil, o que ajudou a diminuir o preço final do produto.

Celular Infinix é bom?

A fabricante vende, atualmente, nove smartphones no Brasil, todos rodando sistema operacional Android e preços até R$ 1.799. Nós analisamos recentemente o Note 30 5G, lançamento mais recente por aqui, e nos surpreendemos pelo conjunto entregue, apesar de trazer alguns pontos negativos.

O design dos smartphones da marca é um dos diferenciais positivos em relação à concorrência. Cada vez mais vemos fabricantes apostando em visual chamativo, e o Note 30 5G certamente é um dos melhores exemplos, parecendo mais um top de linha que intermediário.

O Infinix Note 30 5G é o lançamento mais recente com design premium (Imagem: Ivo Meneghel Jr./Canaltech)
O Infinix Note 30 5G é o lançamento mais recente com design premium (Imagem: Ivo Meneghel Jr./Canaltech)
Foto: Canaltech

Outro ponto no qual a Infinix foca em seus lançamentos são as altas capacidades de memória. Assim como a Realme faz com seus smartphones básicos, a Infinix também oferece modelos simples com 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento interno, características pelas quais os brasileiros prezam na hora da compra.

Vale mencionar que os preços dos celulares Infinix no Brasil já são muito interessantes por conta da fabricação local. Além disso, a Positivo oferece um bom suporte de assistência técnica, com alguns aparelhos tendo até 2 anos de garantia.

No que a Infinix precisa melhorar?

Com tudo isso, como percebemos durante as nossas análises, ainda há muito espaço para melhorias. Uma delas é a política de atualização de software, a qual garante apenas uma nova versão do Android. Enquanto isso, modelos equivalentes da Samsung prometem 4 versões do robozinho; já a Motorola garante entre 2 e 3 gerações.

Além disso, a qualidade das câmeras dos celulares da marca fica abaixo de outros modelos com preços equivalentes. No caso do Infinix Note 30 5G, há apenas uma câmera útil, pois as outras duas são bem inferiores.

Qualidade das câmeras do Infinix Note 30 5G precisa melhorar (Imagem: Ivo Meneghel Jr./Canaltech)
Qualidade das câmeras do Infinix Note 30 5G precisa melhorar (Imagem: Ivo Meneghel Jr./Canaltech)
Foto: Canaltech

Outra jogada interessante da fabricante seria apresentar um modelo mais premium no Brasil, que apresentasse um diferencial ao usuário. Recentemente, tivemos a TCL com um aparelho com "tela de papel"; já a Realme chamou bastante atenção com o Realme 11 Pro+.

Por fim, um dos fatores mais importantes é a divulgação. De que ainda ter bons aparelhos à venda se poucas pessoas os conhecem? Talvez, valha a pena utilizar o nome de peso da Positivo para dar mais credibilidade ao nome Infinix.

O objetivo da empresa deve ser conquistar principalmente os usuários da LG, como também de outras fabricantes com pouca participação no Brasil, como Nokia, Realme e Asus, que não ainda decidiram qual será sua marca de celular para os próximos anos.

A Infinix briga no mercado de smartphones no Brasil com menos de 1% de market share (Imagem: Divulgação/StatCounter)
A Infinix briga no mercado de smartphones no Brasil com menos de 1% de market share (Imagem: Divulgação/StatCounter)
Foto: Canaltech

Segundo dados do site StatCounter, as 3 principais marcas de celular no Brasil são Samsung, Motorola e Xiaomi, com market share acima de 10%. Depois, aparece a LG com cerca de 2,5% de participação, enquanto as outras participantes do mercado, incluindo a Infinix, disputam o quinto lugar com menos de 1% de fatia. A análise foi feita entre outubro de 2022 e outubro de 2023.

Porém, a expectativa da Infinix para os próximos anos é positiva. Segundo o diretor-executivo de Negócios da Infinix na Positivo Tecnologia, Rivelino Gama, o objetivo da empresa é ser a quarta marca consolidada no mercado brasileiro: "Das 3 marcas nacionais que produzem no país, a gente está se aproximando delas", revelou o executivo em conversa ao Canaltech em agosto deste ano.

Fonte: The Verge; Canalys; IDC; StatCounter

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